OPINIÃO DO LEITOR - Distanciamento social
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 30 de novembro de 2023
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Na edição desta terça-feira (28/11) da nossa Folha de Londrina, no texto assinado pelo leitor dr. Nelson Pereira Castanheira, referente à modernidade aplicada com o ensino EAD, ele faz uma pergunta que chamou a minha atenção, não pelo conteúdo em si, que, diga-se de passagem, tem fundamento, mas fez com que meu pensamento voltasse a um tempo distante em que, não só o ensino secular representado por cursos infantis, ginasiais, secundários e superiores só existiam na forma presencial, mas também nosso viver diário consistia num relacionamento mais humano, onde encontros de toda natureza eram festejados. Por isso, sem ser contra o progresso da modernidade, repondo que tenho muita saudade dos tempos escolares , até mesmo até à colação de grau na primeira turma de direito da então Faculdade Estadual de Direito de Londrina.
Era um tempo onde a gente se encontrava para estudar, contar casos, brincar e, enfim, o relacionamento Tête a Tête como diriam os franceses, era esperado e comemorado. Tenho por mim que muito do que acontece hoje com esse grande distanciamento que a modernidade da comunicação trouxe, tornou muitos relacionamentos frios não só no ensino tomado como exemplo,mas também em outros relacionamentos sociais, amigáveis, comerciais, familiares, políticos, religiosos e quantos mais possa houver, muito menos frequentes e, por isso, mais frios (nem sempre, é claro).
Creio que o olho no olho é insubstituível e, estou certo, evitaria muitos desentendimentos, discórdias e, até guerras. Estou certo que se nosso professor de direito romano, dom Geraldo Fernandes fosse vivo, ele pregaria o olho no olho para gerar mais união entre nós, seres ditos humanos, do que o distanciamento que a comunicação por máquinas oferece.
Edgar Baer (advogado) - Londrina