OPINIÃO DO LEITOR - Desenvolvimento sustentável na região Sul
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 17 de julho de 2023
A preocupação com a sociedade, o meio ambiente e a garantia de respeito aos direitos humanos são temas recorrentes na sociedade e no ambiente de negócios das empresas brasileiras, sendo o Ranking de Sustentabilidade dos Estados Brasileiros de 2022, apurado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), um ótimo critério para avaliarmos qual é a situação da Região Sul nesses aspectos.
Nesse ranking são analisados 86 indicadores obtidos de dois conjuntos de avaliação em sustentabilidade já conhecidos e validados no mercado: os critérios ESG (Ambiental, Social e Governança) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Assim, avalia-se o desempenho das Unidades Federativas brasileiras em 10 pilares temáticos: segurança pública, sustentabilidade social, infraestrutura, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, inovação, potencial de mercado e sustentabilidade ambiental.
Santa Catarina teve a melhor colocação da região, ficando em 2º lugar no ranking geral, a mesma do ano anterior. Logo atrás está o Paraná, que subiu uma posição e está em 3º. Já o Rio Grande do Sul foi de 9º para o 6º lugar. Dentre os três estados da Região Sul, Santa Catarina obteve a melhor colocação do ranking ODS e ESG, ficando em 2ª em ambos, apresentando nota máxima em 5 dos 17 ODS avaliados. Ele está acima das médias nacional e regional no ODS 6, que avalia a qualidade da água potável e o saneamento, ocupando a 8ª posição. Ainda, existem oportunidades de melhoria nos âmbitos de “Custo de Saneamento Básico”, com nota de 46,55, e “Taxa de Esgoto”, com 27,08 de nota.
O Paraná está em 3º lugar nos rankings ODS e ESG. O maior destaque fica para a avaliação do ODS 12: “Consumo e Produção Responsáveis”, no qual o estado permanece na 1ª posição no ranking. O ODS em que o estado perdeu mais colocações entre 2021 e 2022 é o “Fome Zero e Agricultura”, com queda de duas posições; O indicador que mais influencia essa performance é o de “Recuperação de áreas degradadas” (19 de nota). Já a baixa performance no ODS 13, “Ação contra a Mudança Global do Clima”, foi impactada pelo indicador “Emissões de CO2”, cuja nota foi de 93,13 em 2021 para 64,56 em 2022.
O Rio Grande do Sul ocupa a 4ª colocação no ranking ODS e a 5ª colocação no ESG, seu maior destaque é o ODS 1, “Erradicação da pobreza”, com a permanência da 1ª posição; no ODS 14, “Vida na água”, o estado caiu da 8ª para a 12ª colocação. o item determinante para essa baixa foi “Emissão de CO2”, que teve uma nota de 92,8 em 2021 e 65,5 em 2022. O maior desafio do estado é o ODS 6: Água Potável e Saneamento, que deixa o estado em 18º lugar.
As políticas públicas devem considerar projetos e iniciativas para encabeçar essas questões, o que vai puxar a iniciativa privada, que também tem investido bastante em alguns desses temas, e a sociedade, visando proporcionarem um futuro próspero para as novas gerações, que, diferente das gerações anteriores, possuem essa preocupação e orientação de forma intrínseca.
João Panceri é sócio de Mercados Regionais e líder da KPMG na Região Sul do Brasil

