Novamente, o presidente Bolsonaro presta um desserviço à democracia brasileira ao questionar a segurança das urnas eletrônicas e a lisurado do processo eleitoral. Já participei como presidente de seção voluntário e testemunhei um processo seguro, rápido e transparente. Considero válida a opinião de especialistas em segurança digital que o sistema eleitoral seja auditado por órgãos ou empresas não vinculados aos Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assim sanando todas as dúvidas e certificando o processo. Entretanto, o presidente tem adotado uma postura infantil e ranzinza ao ignorar as inúmeras denúncias de corrupção e polemizar com discursos conspiratórios sobre o sistema eleitoral eletrônico brasileiro sobre o qual nunca comprovaram fraude, ao contrário das mazelas e trapaças do voto manual que ele defende.

Daniel Marques (historiador) Virginópolis, MG

Lula & Duque

Ei, meu bom e fiel amigo! Esgazeia-se ao fitar os olhos neste esboço - jamais alguém definharia, se caísse no chamariz e seguisse a ideologia de cuja dogma prega que todos os homens são caluniosos mesmos, por natureza e que os deuses miram os honestos para castigá-los. Mas quem falou nisso? Ignore-se. O importante aqui é saber de que modo o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, se zombaria, ao ler isto. Ou de que forma o ex-presidente Lula contentaria com tal ideologia. Até porque, a delação premiada é grave, quando Duque contou ao juiz Sergio Moro: "O último encontro dos dois deu-se em 2014, no hangar da Tam, no Aeroporto de Congonhas; ele me perguntou, se eu tinha uma conta na Suíça, com recebimento da empresa SBM; eu falei que não; então, aí, ele vira para mim, fala assim: olha, das sondas, tem alguma coisa; também não. Olha, presta atenção, no que vou te dizer, se tivesse alguma coisa, não pode ter, entendeu. Não pode ter nada em teu nome, entendeu?" Ao difundir o conteúdo dessa delação, lembramo-nos do caso do Fisco, que tão grave quanto da dita delação quando a secretária da Receita Federal, Lina Mara Vieira fiscalizou a Petrobras -, porque esta estatal pagava propina, mas sonegava o imposto de renda. Isto acendeu a ira no governo e ela foi demitida do cargo pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Osamu Arazawa (contador) Londrina