Há pessoas que parecem ter uma necessidade extrema de se colocar em destaque, mesmo que para isso tenham que falar bobagens. Então vejamos: "comecem as aulas em junho ou julho, se a vacina chegar a todos até lá" - mesmo que cheguem doses suficientes para vacinar os quatro grupos já estabelecidos, até o meio do ano, os menores de 18 anos não serão vacinados, porque a vacina não foi testada para esta população e não é indicada para ela. Seria, então, o caso de que a educação da população jovem seja suspensa até que algum laboratório consiga produzir uma vacina que possa ser usada por eles? E se isso demorar alguns anos, o que será desta geração? "Apenas uma educação meia boca" e "somente depois vamos brincar de estudar" - realmente, isto é verdade.

Os últimos governos, através do enfoque paulofreiriano, levou nossa educação para o fundo do poço, tornando-a uma brincadeira, um simulacro do que deveria ser - eu finjo que ensino e vocês fingem que aprendem. É de onde estamos tentando tirá-la, nos últimos dois anos. Por fim, "distanciamento social, regras, modelo híbrido e outros termos não fazem parte do mundo infantil". Máscaras e álcool gel são muito bem conhecidos pelas crianças que foram bem orientadas por seus familiares durante estes 11 meses. Distanciamento do outro, também. É só parar um tempo na área de alimentação de um shopping e perceber que, muitas vezes são as crianças que fazem certas cobranças aos adultos. Porque lá eles podem ir, diferentemente, das escolas, não é? Quanto às regras - imagino que de higienização dos locais - e ao modelo híbrido, não é de competência deles e sim dos adultos que estarão encarregados desses controles.

E que, espera-se, sejam bem treinados para isso. Só para terminar, eu não uso máscaras de pano, uso uma viseira acrílica. E, mais de uma vez, crianças já me perguntaram porque eu estava sem máscara. Depois que eu explico, que é por causa do meu comprometimento respiratório da asma, elas entendem muito bem.

Nina Cardoso (psicóloga) Londrina