O trânsito de Londrina: avanços e desafios
A diminuição das fatalidades é um alento. Mas há um problema persistente e preocupante: o aumento no número total de acidentes e vítimas
PUBLICAÇÃO
sábado, 01 de fevereiro de 2025
A diminuição das fatalidades é um alento. Mas há um problema persistente e preocupante: o aumento no número total de acidentes e vítimas
Folha de Londrina
O último boletim estatístico divulgado pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) trouxe uma notícia alentadora: a redução de 14% no número de mortes no trânsito de Londrina entre 2023 e 2024. O dado representa uma queda de 74 para 63 vítimas fatais e certamente aponta para um avanço nas políticas de segurança viária.
Mas a diminuição das fatalidades não implica que está tudo bem nas ruas e avenidas de Londrina, porque há um problema persistente e preocupante: o aumento no número total de acidentes e vítimas.
O relatório aponta que, apesar da queda nos acidentes com vítimas fatais, houve um crescimento expressivo nas ocorrências de trânsito, saindo de 2.873 e chegando a 3.256 no período analisado. Da mesma forma, o número de pessoas envolvidas nesses incidentes subiu de 3.384 para 3.784.
Os dados sugerem que, embora as ações de fiscalização e engenharia de tráfego contribuíram para evitar mortes, os sinistros continuam sendo frequentes e impactando a população.
“É uma notícia positiva a redução do número de óbitos, mas nos preocupa muito o número de acidentes e estamos fazendo um diagnóstico dos dados e da estrutura atual para podermos deliberar outras ações que podem ser feitas para diminuir o número de acidentes, de vítimas e atropelamentos”, afirmou o presidente da CMTU, Fabrício Bianchi.
Entre as vítimas fatais, motociclistas seguem como o grupo mais vulnerável, representando mais da metade dos óbitos (33 dos 63 casos). Os atropelamentos também demandam atenção porque continuam elevados, com 16 registros. Outro aspecto que deve ser analisado é a concentração dos acidentes fatais em determinadas vias, como a PR-445, que lidera o ranking das mais perigosas.
A análise dos dados mostra que a fiscalização eletrônica e presencial tem sido uma ferramenta importante para coibir infrações. É inegável que ela contribui para a disciplina no trânsito, mas os números mostram que a imprudência ainda é um fator decisivo nos acidentes. Em 2024, foram aplicadas mais de 320 mil multas, sendo que a maioria das autuações esteve relacionada ao excesso de velocidade e ao avanço de sinal vermelho.
Diante desse cenário, o desafio das autoridades não se limita a reduzir o número de mortes, mas a diminuir o volume total de acidentes. Investimentos na infraestrutura viária são essenciais para reduzir riscos, especialmente nas vias mais perigosas.
E a educação no trânsito deve ser intensificada, com campanhas e abordagens que ajudem a conscientizar e sensibilizar motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres.
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