Parece não haver grande comoção nacional para fatos relacionados ao aborto - esse é o resultado da tática "diabólica" usada pelos ativistas; minar as emoções contrárias, aos poucos, sugando-lhe as forças e, dessa forma, o terreno vai sendo completamente ocupado pela ideologia abortista.

Recentemente, foi noticiado na imprensa, sem muito alarde, afinal os que querem a implantação da política abortista no país sabem como fazer isso de forma a comover a sociedade, sorrateiramente, com a falácia da questão de saúde pública.

Um pedido para abortar foi peticionado, sob o número 70681/2017, como anexo à arguição de descumprimento de preceito fundamental, a ADPF 442, suscitada pelo PSOL e instigado por organizações sabidamente de cunho abortista. A ministra Rosa Weber indeferiu os pedidos dizendo que a medida cautelar de urgência individual "não encontra guarida no processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental (...)".

Ouvi o relato em vídeo da requerente; ela demonstrou ser uma pessoa simples e humilde; mãe de dois filhos, dizendo-se com dificuldades financeiras - ainda assim, a autora do pedido é privilegiada, pois está cursando uma faculdade de Direito, e por esse motivo, sendo conhecedora das leis, sabe dos problemas advindos de um aborto ilegal – então, requereu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que isso lhe fosse dado de forma legal.

A reflexão a fazer não é sobre a pessoa que quer abortar, mas sobre a pauta do aborto: quem está por trás dessa agenda? Quem são os patrocinadores que investem bilhões para isso ocorrer? Esses mesmos bilionários, mediante suas organizações estão querendo um mundo melhor e sem desigualdade? Então, por que não investem no sistema de saúde pública para melhorar o atendimento às mulheres grávidas? Por que não patrocinam as instituições religiosas que ajudam mães e crianças violentadas e abandonadas?

É fato notório que os países e as instituições que adotam a política do aborto estão simplesmente seguindo a agenda da ONU, que visa o controle da natalidade mundial - diga-se de passagem, da população pobre - ou você já ouviu alguma mulher famosa e rica dizer que está grávida e quer abortar? De maneira alguma - ela quer ter o filho - e a mídia dá uma ampla cobertura para essas famosas grávidas - é uma enxurrada de programas falando da gestação dessas mães - programas especulam o sexo e o nome do bebê. Nunca vi alguém "rico" da sociedade brigar pelo direito de abortar seu próprio filho; é sempre para abortar o filho do pobre.

Então, é uma questão de saúde pública? Estão preocupados com a vida da mãe pobre? Da criança que nasce pobre? Se é isso, por que não se preocupam com os pobres já nascidos?

Outro argumento falacioso sobre a necessidade de legalizar o aborto, dizem ser que milhares de mulheres morrem por fazerem um aborto clandestino. Responda com sinceridade, nos últimos 5 anos, de quantos velórios você já participou em que a causa da morte da mulher foi decorrente de um aborto clandestino? Existe morte por esse motivo? Existe! Mas não com esse inflamado número constantemente apresentado, como forma de salvo-conduto para acelerar a descriminalização do aborto.

Se dizem que há no Brasil milhares de abortos, isso já deveria ser motivo suficiente para todos repugnarem essa prática, seja ele legal ou não. Já morreram bilhões de bebês por esse mundo. Esses sim: sem rosto, sem velório, sem chance de mostrar do que seriam capazes - talvez muitos cientistas, médicos, inventores; talvez alguém que fosse descobrir a cura de muitas doenças - esses morreram de forma absurdamente terríveis, sem chance de defesa, nem de recorrer na segunda instância, e muito menos ao STF.

É preciso ouvir o clamor dos inocentes e acabar com essa matança. Deixem as crianças nascerem, ou no céu não haverá mais espaço para os adultos.

MARCOS ANTONIO DE ARRUDA é estudante de Direito em Bandeirantes

■ Os ar­ti­gos de­vem con­ter da­dos do au­tor e ter no má­xi­mo 3.800 ca­rac­te­res e no mí­ni­mo 1.500 ca­rac­te­res. Os ar­ti­gos pu­bli­ca­dos não re­fle­tem ne­ces­sa­ria­men­te a opi­nião do jor­nal. E-­mail: opi­niao@fo­lha­de­lon­dri­na.com.br