Basta um rápido olhar pelas listas dos vencedores do Prêmio Nobel para perceber que eles são predominantemente do sexo masculino. Mas o ano de 2020 trouxe boas notícias pois premiou três mulheres cientistas, sendo uma em física e as outras duas em química.

A francesa Emmanuelle Charpentier e a americana Jennifer Doudna ganharam o Prêmio Nobel de Química nesta quarta-feira (7). A americana Andrea Ghez dividiu o prêmio de Física na terça-feira (6), com dois colegas, por estudos sobre buracos negros.

Historicamente, o Nobel da Paz e da Literatura costumam reconhecer mais o talento do sexo feminino. Mas mesmo assim, é bastante desigual em relação ao número de homens que já levaram o prêmio naquelas categorias.

O resultado dessa edição anima as mulheres, mas é preciso ser realista. Deve demorar décadas para que homens e mulheres dividam igualitariamente as indicações e o disputado prêmio entregue anualmente por instituições suecas e norueguesas por reconhecer o papel de pessoas e instituições que realizaram importantes contribuições à humanidade.

As duas vencedoras na categoria de química desenvolveram o método Crispr/Cas9 de edição do genoma, uma tesoura genética, criada há oito anos e que está ajudando na busca da cura de doenças genéticas e de câncer.

Por que é tão raro ver mulheres laureadas com um Nobel? Para responder essa pergunta é preciso voltar ao ensino básico e fundamental e entender a falta de incentivo das meninas em estudar ciência e a exclusão delas em carreiras voltadas à pesquisa científica.

Para reverter esse cenário não há outra saída a não ser combater os estereótipos de que mulher não gosta de ciência. Cabe aos educadores ajudarem as meninas e jovens a terem autoconfiança para abraçar essas carreiras e darem a sua contribuição para o desenvolvimento social e econômico.

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