As chuvas intensas que atingiram Londrina nos últimos colocaram a cidade em situações graves de alagamento, com várias famílias atingidas, sendo que muitas acabaram perdendo tudo o que tinham dentro de casa, como revelou reportagem da FOLHA.

As mazelas provocadas por alagamentos e outros problemas em decorrência de temporais não são novidades, infelizmente, em Londrina e em outras partes do país. A cada temporada chuvosa, ruas ficam intransitáveis, casas são invadidas pela água, comércios sofrem prejuízos e, em casos mais graves, vidas são perdidas.

É um cenário que expõe não apenas a vulnerabilidade da infraestrutura urbana de muitas cidades brasileiras (até mesmo a maior delas, São Paulo), mas também a falta de planejamento adequado e de conscientização coletiva sobre a prevenção desse problema.

Sabemos que a responsabilidade pelo enfrentamento dos alagamentos não recai apenas sobre um único setor da sociedade. O poder público municipal tem papel fundamental na criação e execução de políticas eficientes, entre eles a melhoria do sistema de drenagem da água, o desassoreamento de rios e córregos e a fiscalização do uso irregular do solo.

Por outro lado, a população também tem a sua cota de responsabilidade nesse cenário triste porque o descarte irregular de lixo é um dos principais fatores que contribuem para o entupimento de bueiros e galerias pluviais, agravando os alagamentos. Enquanto descarte irregular de lixo entenda-se tanto o sofá largado em um fundo de vale quanto uma garrafa de água mineral jogada na rua. Os exemplos são muitos e há uma consequência: caos urbano.

A prefeitura de Londrina tomou uma atitude acertada ao criar uma comissão de crise para trabalhar os problemas provocados pela chuva que, ao que tudo indica, se prolongará pelo mês de fevereiro. Foram cerca de 34 milímetros de chuva em uma hora. Nos cinco dias de fevereiro já são quase 100 milímetros acumulados, mais da metade da média esperada para o mês.

Algumas soluções já foram apontadas pela comissão de crise, como o envio de um projeto de lei para a Câmara Municipal de Londrina readequando o Auxílio Moradia Emergencial para contemplar desabrigados por eventos climático. Também foram identificados, nas galerias de água pluvial, vários pontos com sedimentos compactados que precisam de reforma.

A comissão também apontou a necessidade de manter uma limpeza contínua nas bocas de lobo, bueiros e fundos de vale. Esses últimos são pontos cruciais na prevenção das enchentes e a cidade de Londrina já foi modelo na preservação dessas áreas naturais que desempenham papel tão essencial na absorção da água da chuva. Proteger essas áreas, evitando construções irregulares e promovendo projetos de reflorestamento, é uma estratégia que beneficia toda a população.

Portanto, enfrentar os alagamentos exige um esforço conjunto. O poder público deve investir em infraestrutura e campanhas de conscientização, o cidadão precisa adotar hábitos responsáveis e o meio ambiente deve ser respeitado.

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