O leitor escreve
PUBLICAÇÃO
sábado, 01 de fevereiro de 1997
Médicos e convênios
Ao médico é estranho que todas as empresas que vendem assistência médica não tenham regras próprias, e sim tenham se associado a grupos que representam seus segmentos. Seria para que nós, médicos, pudéssemos ser ouvidos mais facilmente? Seria para que as empresas desonestas não explorassem o trabalho médico? Ou seria para que as grandes corporações não ditassem as normas do sistema? Três ou quatro segmentos de atenção à saúde facilmente poderiam determinar o que, como e por quanto comprariam o serviço do médico.
A maior dificuldade que nós médicos temos ao negociar com um convênio não são os valores, mas sim o credenciamento coletivo com um órgão que também nos represente, o departamento de convênios da AMP e ainda a aceitação da lista de procedimentos médicos.
Deste modo, poderemos ceder: sobre valores, sobre o tempo para implantação plena da LMP, mas não poderemos transigir sobre a liberdade de nos transformar em um grupo uníssono, e lutar pela recuperação da credibilidade da classe como um todo.
- JAIRO SPONHOLZ ARAUJO, presidente da Sociedade de Tisiologia e Doenças Torácicas
SOS Saúde
Maringá, a cidade mais arborizada do Brasil, é famosa por sua beleza e seu povo ordeiro e trabalhador. Infelizmente não é só isso que projeta Maringá ao âmbito nacional, mas sim a precariedade do atendimento médico. Nossa cidade nunca fora noticiada negativamente na imprensa como agora, principalmente durante os quatro anos de mandato do prefeito anterior. A preocupação dessa administração foi basicamente iniciar a construção de grandes obras.
Enquanto isso, a população carente padecia na fila dos postos de saúde e morria por falta de atendimento médico. Agora, procura-se os responsáveis pelos problemas. Não é o Hospital Universitário o vilão da história, pois ele é apenas um hospital-escola e não pode ser responsável pelo atendimento médico de uma população de mais de 19 municípios da região. Acreditamos que o principal responsável por tudo são os hospitais particulares que se recusaram a atender os carentes, apesar de serem credenciados pelo SUS (e onde está a ética médica, se é que existe) e o governo federal e estadual, porque não investiram na saúde.
- JAHIR K. KULIACK, Maringá
Jacqueline
A tragédia ocorrida com a garota Jacqueline, assassinada pela ex-esposa do seu namorado, deveria nos elevar a um momento de reflexão, pesar, tristeza e solidariedade para com sua mãe, Silmara C. Lobo. Entretanto, tenho presenciado o lamentável posicionamento de algumas pessoas, em sua maioria mulheres, que acreditam ter o direito de julgar situações, chegando ao ponto de condenar a vida efetiva de uma pessoa e aprovar a atitude assassina de outra.
Peço a essas mulheres que tentem se colocar no lugar dessa mãe, que perdeu a filha no auge da juventude. Sei que nada irá diminuir esse sofrimento, talvez nem mesmo a mais justa das justiças, mas quero deixar registrado aqui meu sentimento de apoio e solidariedade a essa mãe sofredora, corajosa e que, apesar de toda essa dor, teve a nobreza de manifestar no calçadão de Londrina o direito de justiça no caso de Jacqueline e de outros assassinatos de mulheres londrinenses.
- SUELY DE FÁTIMA MAGALHÃES, Londrina.
Socorro, Belinati
Ilustríssimo e digníssimo sr. Antonio Casemiro Belinati, excelentíssimo prefeito de Londrina: talvez o senhor não tenha nada a ver com isso, mas recorro ao senhor, através da Folha, por tratar-se da maior autoridade do nosso município. Socorro, socorro: nós que todas as noites temos de cruzar o bosque, naquele trechinho da rua Piauí, estamos apavorados com as trevas que tomaram conta daquele lugar tão bucólico. Vários amigos meus já foram assaltados. Isso ainda quando havia iluminação. Imagina agora, o risco a que estamos sendo submetidos! Mais uma vez, socorro, socorro, Belinati.
- CARLOS DAMASCENO CRUZ, Londrina
Sindicato indignado
É público e notório que o Sindicato dos Bancários, nestes doze últimos anos de gestão cutista, sempre pautou seu trabalho em defesa do emprego, salário e demais direitos da categoria, não medindo esforços para isso, seja nas campanhas salariais ou nas outras atividades desenvolvidas no dia-a-dia. As vitórias das chapas da CUT nas cinco últimas eleições da nossa entidade são provas concretas do reconhecimento dessa postura adotada pelo Sindicato. Da mesma forma que as eleições anteriores, o processo eleitoral deste ano foi marcado pela democracia, transparência e pelo mais amplo direito de participação dos interessados. No entanto, tivemos duas formas distintas de campanha: uma que se pautou pela defesa de propostas e pelo fortalecimento da categoria e da entidade, e outra, que preferiu o caminho da mentira, fofoca e falsas informações, atacando a imagem da diretoria e do Sindicato, e que acabou derrotada nas urnas.
A carta do leitor José Carlos Beraldo, publicada dia 19 neste jornal, soa como continuidade da campanha de baixo nível desenvolvida pela chapa derrotada. Ele insiste em repetir as mesmas acusações feitas pela chapa derrotada, sem apresentar prova. Esta diretoria está providenciando interpelação judicial para que as pessoas que praticam acusações apresentem provas. Se realmente estes fatos ocorreram, esta diretoria tomará providências. Caso contrário, os acusadores terão que arcar com as consequências de seus atos, respondendo por eles perante a Justiça, incluindo neste rol o sr. José Carlos Beraldo.
- DIRETORIA DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE LONDRINA.
FILO
A sobrevivência do FILO - Festival Internacional de Teatro de Londrina está ameaçada com as declarações, através da imprensa, do secretário de Cultura do Estado, Eduardo Virmond, de que a contribuição do Governo para a realização do festival será reduzida. A redução da já modesta verba - 300 mil reais - é injustiça com uma cidade que tanto contribui com impostos para o Paraná e tão pouco recebe de volta em obras e serviços. É um despropósito diante da relevância do FILO para Londrina e todo o Estado.
O FILO é um dos mais importantes eventos teatrais do Brasil, reconhecido como tal por atores, produtores, diretores e principalmente pelo público. O FILO movimenta hotéis, lojas, bares e restaurantes de Londrina e divulga o nome da cidade e do Estado pelos quatro cantos do planeta. Solicito que o governador Jaime Lerner repare o equívoco das referidas declarações. Ouso sugerir que a verba do Governo estadual para o Festival de Londrina seja idêntica à destinada ao de Curitiba.
- NEDSON MICHELETI, deputado federal.
- As cartas devem ser datilografadas e assinadas e vir acompanhadas da fotocópia de documento de identidade, endereço e telefone para contato. O jornal se reserva o direito de resumi-las, se ultrapassarem 15 linhas.