O LEITOR ESCREVE
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 27 de agosto de 2001
Planejamento
O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Núcleo Londrina, manifesta completa solidariedade aos moradores do Bairro Shangri-lá pela agressão que vêm sofrendo pela insensatez dos órgãos de planejamento e alguns empresários. Por várias vezes alertamos para a necessidade de se manter a integridade do bairro, sendo que no Documento para Discussão do Plano Diretor 1995, considerou-se a área como de interesse histórico-morfológico.
Primeiro loteamento planejado e construído segundo a Lei 133, de 1951, elaborada por Prestes Maia, o bairro possui características excepcionais quanto ao traçado e distribuição de espaços livres, com influência clara dos chamados bairros-jardins. No momento em que grandes metrópoles como São Paulo e Rio procuram conservar os nichos de excelência em qualidade espacial, Londrina mais uma vez caminha uma trilha inversa e descarta seu patrimônio.
Apesar da justificativa do parecer favorável do Conselho Municipal de Planejamento Urbano (CMPU), deve-se esclarecer que nem sempre as votações são unânimes. Felizmente, desta vez o projeto de lei de mudança de zoneamento no Shangri-Lá deve ser vetado. O fato evidencia a fragilidade do IPPUL, e sua relação assediosa com o CMPU. Nessa relação, o cidadão e o técnico não têm espaço. Tem espaço a especulação e a conivência, fatores nada favoráveis à construção de uma cidade com a qualidade que desejamos.
- HUMBERTO YAMAKI, presidente do IAB/Núcleo Londrina
Plebiscito
Entramos para a história democrática no País, na realização do primeiro plebiscito para a venda de uma empresa pública londrinense (Sercomtel Celular). Talvez pela forma que foi realizado, faltou credibilidade. A divergência entre a Câmara e o prefeito foi um fiasco. Jamais poderíamos dar um vexame nacional, com 90% de abstenções. Faltou civilidade e preparo aos povo londrinense, liderança política etc.
Porém, o ''não'' que prevaleceu no plebiscito deve ser estendido a vários segmentos políticos, prefeito, PT, menos discursos, falácias, conselhos e congressos inúteis. O povo não é confuso, apenas não engole picuinhas, manipulações, politicagem. Elegemos representantes para trazer o progresso, jamais para denegrir uma empresa pública que só deu orgulho para o povo londrinense. Reflitam na máxima popular: ''Quem não tem competência não se estabelece''.
Nota zero para o governador Jaime Lerner, todos os deputados que votaram ''sim'' à privatização da Copel. Os três deputados londrinenses, vergonha do povo, espero que sejam ignorados e esquecidos. No futuro, quem não respeita a vontade popular não deve ser respeitado. ''Não'' para eles na próxima eleição. Cuidado com o povo. Não brinquem, vejam o exemplo do plebiscito em Londrina.
- MOISÉS DOS SANTOS, aposentado, Londrina
Copel
Foi decretado, no dia 20, o fim da democracia no Paraná. A vitória foi da política suja, liderada pelo nosso governador Jaime Lerner, que com as suas maracutaias e usando a máquina do governo para negociar com os ''nobres'' deputados da base aliada derrubou por terra a vontade da maioria esmagadora da população do Paraná, que luta contra a venda da Copel.
Foi lamentável assistir às cenas ocorridas do lado de fora do plenário da Câmara, onde o jogo sujo utilizado pelo presidente impediu, pela truculência da polícia e de seguranças, o acesso dos manifestantes contrários à venda da estatal, permitindo somente aos favoráveis à traição ao povo do Paraná.
Enquanto em Londrina a democracia foi exercida, deixando o povo decidir sobre a venda ou não de um patrimônio que pertence a ele, nos reinos da capital o todo-poderoso governador mais uma vez ignorou a vontade popular e deu as costas para o eleitor que infelizmente o colocou no poder.
É impressionante ver a ganância estampada no rosto dos deputados que traíram o povo e estão colaborando com a dilapidação do patrimônio do Paraná. Todos os cidadãos que têm acesso a esse conceituado jornal, por favor conversem com a maioria das pessoas que puderem desde já até as próximas eleições, e não deixem que seja esquecida a lista com os nomes dos traidores que com certeza ainda vão ter a cara-de-pau de sair às ruas com o chapéu na mão, dando tapinhas nas costas dos eleitores, pedindo seu voto para continuarem com as suas falcatruas.
Vamos dar a eles o troco que eles merecem. Infelizmente é a única coisa que podemos fazer. Não vamos eleger de novo essa corja de mercenários. Quem sabe ainda sobrará alguma coisa para que possamos ter orgulho novamente de dizer que somos paranaenses, e que nossos filhos e netos não tenham que pagar pelas arbitrariedades cometidas pelo atual governo.
- JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA, analista de sistemas, Ibiporã
Trânsito
Com relação à correspondência de Geovane Hilário Linzmeyer, publicada sob o título ''Trânsito'' nesta coluna, na edição do dia 27, fazendo observações e sugestões sobre velocidade e lombadas, esclarecemos que a única via urbana de Curitiba onde a velocidade permitida é de 70 km/h, e que possui lombada eletrônica, é a Avenida Comendador Franco.
Como o próprio leitor informa, ele reside em Curitiba há um ano. Nesse período, já havia sido instalada a lombada eletrônica da Comendador Franco antes da chamada Curva do Tomate, um trecho muito perigoso, no qual se registraram inúmeros acidentes, inclusive com mortes, porque os motoristas perdiam o controle do volante em alta velocidade naquele local. O objetivo da lombada é o de justamente reduzir a velocidade dos veículos que por ali transitam.
Deve-se considerar também que após essa curva, que é bem fechada, o trecho é utilizado para travessia por grande número de pedestres. Sem baixar a velocidade, estes não teriam como fazê-lo em segurança.
- SECRETARIA MUNICIPAL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, Curitiba
Correção
- A manchete da 1 página de ontem, 27 de agosto, sob o título ''Scalco quer manter geração de energia'', contém erro de interpretação. Conforme reportagem publicada na página 4 da mesma edição, o presidente da Itaipu Binacional, Euclides Scalco, não condena a venda da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Cia. Vale do Rio Doce, por considerar que ambas não eram estratégicas. ''Sou contra a privatização da geração. Mas acho que outras privatizações foram importantes. Não havia sentido manter nas mãos do governo empresas como a Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional'', afirmou na entrevista.
- Também na 1 página de ontem, a sigla Sudam foi grafada de forma errada em título de chamada.
- As cartas devem ser datilografadas e assinadas e vir acompanhadas da fotocópia de documento de identidade, endereço e telefone para contato e profissão/ocupação do remetente. O jornal poderá resumi-las conforme disponibilidade de espaço. Correspondência via Internet deve conter: nome completo, cidade de origem, telefone, documento de identidade e endereço eletrônico e profissão/ocupação. E-mail da Folha de Londrina/Folha do Paraná: [email protected]
