O LEITOR ESCREVE
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 27 de junho de 2001
Horário dos bancos
A diretoria do Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Londrina e Região, em reunião extraordinária realizada com representantes de 39 cidades de sua base territorial e 24 sindicatos coirmãos, contesta veementemente a postura adotada pelos bancos e aprovada pelo governo federal, que permite o atendimento bancário das 9 às 14 horas.
Tal medida vem causando grandes transtornos ao comércio em geral, uma vez que até às 14 horas não há dinheiro em caixa suficiente para realizar depósitos. Após o almoço e no período da tarde, quando há aumento do volume, não há mais possibilidade de depósito.
Com os altos índices de crimes contra o comércio, roubos e assaltos, o comerciante está ainda mais vulnerável, não restando para ele alternativas. Ou mantém o dinheiro do movimento da tarde na própria loja, ou sai com ele, aumentando ainda mais o risco de assalto.
É de conhecimento público que 80% dos empregos no Brasil são ofertados pelas micro e pequenas empresas. São essas as mais prejudicadas, pois não dispõem de carro-forte que vem retirar o dinheiro na porta da loja ao final do expediente.
Também atribuímos aos bancos o alto índice de cheques sem fundos (34%). A busca desenfreada por novos clientes e as metas de vendas estabelecidas para os chamados gerentes de contas têm desencadeado um número alto de novos correntistas sem renda suficiente para manter um talonário. Além disso, os dados fornecidos pelos correntistas na hora do cadastro não correspondem à realidade. Os maiores prejudicados dos cheques sem fundos são só os comerciantes pequenos e médios.
Apesar dos bancos serem os responsáveis diretos por fornecer talões a pessoas não idôneas, eles se eximem de toda e qualquer culpa. Resta à sociedade e aos comerciantes os prejuízos e as consequências dessa ânsia em obter novos correntistas a qualquer custo.
São também os bancos os maiores responsáveis pelo endividamento. Mesmo diante de uma inflação inferior a 1%, os juros bancários estão entre 7 e 10% ao mês, resultando em média 132% de juros ao ano, para uma inflação anual inferior a 10%.
Registramos nossos votos de protesto. Segue cópia da carta para todas as autoridades federais, estaduais, bem como para o presidente da República, o presidente do Banco Central e ministros.
- SINÉZIO SCUDELER, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina
SUS
Segundo dados do Dieese, os planos de saúde aumentaram 93% entre julho de 1996 e abril de 2000. Desde maio de 1997 não há qualquer reajuste nos serviços hospitalares por parte dos convênios. Para isso existe um argumento de que os serviços hospitalares oneram as planilhas de custos das operadoras, o que não é verdade, pois em média 52% do custo é reflexo de honorários médicos, outros 25% são constituídos de materiais e medicamentos e, o restante, gastos administrativos.
Aumento salarial dos empregados, tarifas de luz, água, telefone, combustível, as refeições servidas diariamente aos pacientes internados, lanches para os funcionários, material de limpeza, produtos de lavanderia e outros não aumentaram? É preciso reivindicar, gritar e tudo mais o que for possível, pois temos que aprender a dizer não ao que nos é prejudicial, financeiramente ou naquilo que possa abalar nossa imagem profissional e institucional.
Pesquisa realizada recentemente pela Federação Brasileira de Hospitais, posiciona o Paraná como o Estado que detém a situação mais crítica. A dívida global do setor é de R$ 42,486 milhões. Este valor equivale a 10,88 meses de faturamento. Encargos sociais e impostos somam 39,2% dos débitos, fornecedores 23,2%, bancos 13,6% e pessoal 5,4% estão entre os demais credores.
A situação só tende a piorar. É visível o número de unidades sendo fechadas ou restringindo seus serviços ao SUS. O aumento médio nas tabelas de procedimentos foi de 31,25%, enquanto os custos hospitalares cresceram 108,98% no mesmo período.
Operadoras de saúde, de autogestão e cooperativas não reajustam suas tabelas. O SUS além de não reajustar, muitos de seus procedimentos geram prejuízo. Exigem qualidade, enquadramento em todas as normas da vigilância sanitária, as quais não são poucas e nem baratas. Não podemos negar atendimento mediante os advogados de plantão na frente dos hospitais, temos que respeitar todas as normas trabalhistas, sendo que temos jornadas de trabalho complexas e clientes críticos.
- FABIANO TYKALOWITZ, professor universitário e administrador hospitalar, Ubiratã
Voluntários
Procurei um posto de saúde com febre. Exames de sangue e de urina constataram inflamações na garganta. Dali fui encaminhado diretamente para o Hospital Universitário de Londrina. Recebi ótimo tratamento. Uma tomografia computadorizada determinou o local de um tumor maligno. Depois me encaminharam para o Instituto de Câncer. Tive uma operação bem-sucedida. Em todos os lugares, tive toda a assistência médica e hospitalar sem pagar nada.
Não sei como esses hospitais conseguem atender tanta gente. São pessoas que vêm de cidades vizinhas e de outros Estados, que recebem atenção e carinho. Enquanto esperamos, recebemos lanches doados por senhoras de caridade e que nos transmitem mensagens de otimismo e fé no Criador.
O atendimento é de primeira. A todo momento, enfermeiros e médicos se revezam com as devidas atenções. Os trabalhos necessários são executados com muito carinho e dedicação. Todos os que trabalham nos postos de saúde e hospitais são verdadeiros heróis.
Aos voluntários do Hospital do Câncer, doadores e aqueles que por algum motivo não querem aparecer, àqueles que toda semana, vestidos de palhaços, tentam levar alegria aos que sofrem as reações químicas do tratamento, dedico essa frase: A fraternidade é a porta da justiça para todos. Para quem quer ajudar, as portas desses hospitais estão abertas. Acredito que eles necessitam de roupas de cama, medicamentos e alimentos. Não passe pela vida sem ser voluntário, porque sua alma fica bem mais leve sendo útil aos necessitados e carentes.
- MANOEL RAIMUNDO BERLIM, Londrina
Retribuição
Como me foi gratificante o breve mas intenso convívio com a gente maravilhosa de Londrina, envio a todos um muito obrigado de coração. Terei, por certo, oportunidade de retribuir o quase exagero das delicadezas quando londrinenses visitarem Blumenau.
- DÉCIO NERY DE LIMA, prefeito de Blumenau
Correção - Houve troca de créditos nas fotos da primeira página de ontem. A imagem do plenário vazio da Assembléia Legislativa não é de arquivo. A foto foi feita na tarde de anteontem pelo fotógrafo Kraw Penas. Já a foto do jogador Enilton, do Coritiba, é de arquivo. A Folha pede desculpas.
- Devido a falha na edição da Folha Esporte, não foi publicada a notícia sobre o sequestro do coordenador da Copa América, Hernán Mejia Campuzano, pelos guerrilheiros das Forças Revolucionárias da Colômbia, que estava chamada na capa do jornal. Na mesma edição, a notícia Técnico do LEC comemora adiamento da Série B, publicada na capa da Folha Esporte, foi repetida indevidamente na página 2 do caderno.
- As cartas devem ser datilografadas e assinadas e vir acompanhadas da fotocópia de documento de identidade, endereço e telefone para contato e profissão/ocupação do remetente. O jornal poderá resumi-las conforme disponibilidade de espaço. Correspondência via Internet deve conter: nome completo, cidade de origem, telefone, documento de identidade e endereço eletrônico e profissão/ocupação. E-mail da Folha de Londrina/Folha do Paraná: [email protected]