O leitor escreve
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terça-feira, 18 de janeiro de 2000
O leitor escreve
Trânsito
É impressionante o desrespeito à lei e ao direito do cidadão, por pessoas, digamos, de bem e que devem conhecer o direito de cada um. Sentimos diuturnamente o quanto custa para nós, contribuintes, o esforço feito pelo Ippul e pela Comurb, na solução de problemas relacionados com o trânsito de nossa querida Londrina, que a cada dia vê aumentar o fluxo de veículos, tanto de seus moradores quanto de pessoas de cidades circunvizinhas.
É decepcionante ver diariamente, em qualquer hora, veículos estacionados ao lado direito do início da Avenida Rio Branco, debaixo de placas indicativas de que naquele local é proibido parar e estacionar. Isso causa transtornos. Pois, quando o condutor vem no sentido Tiradentes/Rio Branco, o acesso é duplo e afunila naquele local. E por falta de respeito à lei e ao direito de outros cidadãos que pagam seus impostos e que se necessariamente tiverem que estacionar algum dia em local não permitido por força maior, tenho certeza serão multados e além do valor da multa terão lançados 7 pontos na carteira de habilitação.
O que mais me deixa revoltado, é que por diversas vezes nos últimos dias, efetuei contato com a Companhia de Trânsito, através do telefone 194, e ela me informou estar impossibilitada de atender minha reclamação, pois não possui viatura nem pessoal disponível, encaminhando-me para o telefone 342-2000 da Policia Militar. Ali efetuei minha reclamação e eles assumiram a responsabilidade de tomar as medidas necessárias, mas até o dia 13 nada foi feito.
Pior ainda: no dia 16, às 15h45, transitava pelo local, e vendo a quantidade de veículos irregulares, defrontei-me com um veículo da PM e apresentei a eles a irregularidade. Sabem qual foi a reação? Os PMs simplesmente deslocaram-se para outro local e não tomaram qualquer medida. E aí, senhores comandantes da Polícia Militar: será que só o trabalho do Ippul vai resolver? E o policiamento ostensivo? Será que é só proteção para a Seleção Pré-Olímpica? E o trânsito, fica jogado às moscas? Qual o meu direito futuro? Infringir a lei e cobrar isto de vocês como desculpa por também pagar seus soldos e ficar à mercê de marginais? Aguardo solução para breve, isto é, passar por aquele local e ver que a lei foi feita para ser cumprida por todos os cidadãos.
- MAURO VIECILI, Londrina
Pão e circo
Passada a euforia das festas de fim de ano, já podemos traçar nossa vida político-social. Se assim queremos chamá-las, uma vida curta. Simplesmente porque nós mesmos fazemos essa vida tão curta assim. Dentro desta vida empurram-nos uma política ao modo pão e circo que não deveria, mas desce pela garganta porque nós mesmos a colocamos na boca. Mas como aqui nada funciona como deveria, muito menos essas coisas, ainda somos obrigados a aceitar somente metade desta política. Não que a queiramos inteira e muito menos porque hoje em dia ou aceitamos ou ficamos sem nada.
O circo começa ao final de cada eleição. O espetáculo é maravilhoso. E o circo continua com espetáculos no aniversário da cidade, com direito a ônibus de graça, show musical e refrigerante. O gran finale fica por conta do que nós mais gostamos: futebol. Não foi feita nem ao menos pesquisa entre a população para saber se preferimos jogos ou ver nas escolas as mesmas crianças que estarão nas entradas vendendo chicletes ou pedindo esmola. Se bem que elas poderão não estar lá, pois seria horrível aos olhos dos nossos garotos olímpicos o teatro municipal.
Já vimos o circo, agora nos mostrem o pão. Fiquemos tranquilos, vem chegando a eleição e os padeiros falarão bem alto. Seja corajoso e faça um teste: vote em jejum, mas de pelo menos dois dias. Caso você erre, sabemos que não fará muita diferença, mesmo porque sempre erramos. Erramos ao ver o erro e diante dele aceitarmos o circo. O voto é nossa maior arma. Atiramos no escuro e sempre erramos o alvo, simplesmente porque não nos dispomos a reclamar a distância em que o colocaram e só temos uma bala a cada eleição. Depois de novembro já estamos desarmados e o padeiro, que nos fornecia o pão, vira vereador ou prefeito.
- JULIO CESAR CAMPANO FLORIANO, estudante, Londrina
Vestibular
Dia desses li, obviamente na Folha, uma declaração de pessoas ligadas à reitoria da UEL, de que o vestibular de Londrina daria prejuízo. Se esta informação for verdade (coisa que duvido muito), temos de recorrer a alguém formado em Ciências Contábeis, Matemática ou Administração de Empresas, para dar uma passadinha na UEL. Para, quem sabe, ela parar de fazer vestibular de inverno. Pois em janeiro toda esta turma estará novamente prestando o vestibular de verão, e pagando a pequena taxa de R$ 90,00.
Que a UEL seja realmente de Londrina e para os de nossa região. Impeçam esta avalanche de alunos de outros Estados e cidades que nada têm a ver com nosso município, com nossa cultura e que depois de formados deixam nossa cidade. Dessa forma, Londrina nunca terá uma elite intelectual, pois os formandos se vão junto com nossas vagas. Deixem também os vestibulares de Londrina e Maringá ocorrerem em dias diferentes.
Deveríamos repensar nossa cidade como um todo. O comércio que se precipita com lucros passageiros esquece que um cidadão formado e em Londrina aumentará e muito a renda per capita anual do município. Temos de tomar decisões conscientes e justas para com os nossos jovens, e não adianta fazer cursinhos gratuitos como maneira de livrar suas consciências de culpa.
- JOEL GARCIA, Londrina
Correção Previsão do tempo para Paraná, na edição de sábado, foi indevidamente repetida para previsão para Brasil.
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