A Europa é um dos principais destino dos refugiados no mundo. Nunca na história tanta gente precisou se deslocar para fugir. As causas variam da guerra à fome, da perseguição religiosa à intolerância política. Imagens de campos de imigrantes que vivem de forma precária chocam o mundo, mas o problema ainda está longe de ter uma solução.

A União Europeia tomou uma decisão polêmica em relação à crise migratória nessa semana. O órgão continental determinou que os países do bloco que fecham as portas para os refugiados não serão mais obrigados a recebê-los. Por outro lado, deverão financiar projetos de repatriação de estrangeiros que tiverem os pedidos de asilo rejeitados.

O novo pacto de imigração foi apresentado pela Comissão Europeia (Poder Executivo da UE) duas semanas após o incêndio que destruiu o campo de refugiados de Moria, o maior do continente, na ilha grega de Lesbos.

Somente em 2019, o total de pessoas deslocadas por causa de guerras, perseguições e violações dos direitos humanos já foi recorde, chegando a 79,5 milhões. Na Europa, entraram cerca de 140 mil imigrantes em situação irregular.

Segundo a Comissão Europeia, a dificuldade em processar os pedidos de asilo e fazer os repatriamentos é um gargalo que provoca a superlotação de campos de refugiados como os da Grécia.

Um alívio veio em grande parte de um acordo com a Turquia. O país europeu-asiático recebeu no ano passado o maior número de refugiados do mundo, 3,9 milhões, 92% deles saindo da Síria.

Mas é a repatriação, de acordo com comissária para assuntos internos da Comissão Europeia, a sueca Ylva Johansson, que deve ser a política prioritária da Europa para lidar com os refugiados. A medida, aponta ela, pode reduzir a pressão nos países que são porta de entrada no continente, como Itália, Grécia e Espanha. E ainda prepara a Europa para o cenário futuro, uma vez que a crise pós-Covid-19 vai aumentar a pobreza e a desigualdade no mundo e, consequentemente, a migração e o desespero dos refugiados.

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