A pandemia do novo coronavírus é resultado de um mundo que ficou pequeno devido ao fenômeno da globalização. Todos os dias há pessoas pelo planeta debatendo os aspectos econômicos e da saúde pública relacionados ao Sars-CoV-2.

Mas é triste que uma população que vive marginalizada das “maravilhas” da globalização sofra mais do que qualquer parcela da sociedade os efeitos da economia. É a mesma população que pouco acesso tem a serviços de saúde de ponta e assim se tornam os mais vulneráveis a contraírem a Covid-19.

Estamos falando da população mais pobre, que vive nas periferias, em casas improvisadas, sem acesso a saneamento básico e a boas condições de alimentação.

Eles foram os primeiros a serem demitidos e muitos vivem de trabalhos informais que foram se tornando escassos. Como falar das regras básicas de combate ao coronavírus para quem não tem acesso a água potável, álcool em gel e máscaras higienizadas para serem revezadas no dia a dia?

Lave bem as mãos várias vezes ao dia? Evite aglomeração? Fique em isolamento social? Compre on-line e pague por cartão? Algumas orientações “básicas” não são fáceis de serem seguidas para quem não tem acesso ao básico.

O Especial Transmídia da FOLHA do último fim de semana (15 e 16/08) mostrou como a pandemia impactou a vida dos moradores da ocupação do Aparecidinha, na zona norte de Londrina.

No início da pandemia, a população parecia ter despertado para as condições das pessoas que vivem nas comunidades. Imediatamente, a solidariedade se tornou bandeira. Mas as pessoas realmente aprenderam a ter um olhar mais humano e atento à população mais pobre ou ela continua invisível para a maioria dos CPFs e CNPJs?

A pandemia completa nesta segunda (17) cinco meses em Londrina. Foi na noite de 17 de março que a Secretaria Estadual de Saúde confirmou o primeiro caso de Covid-19 no município. A paciente era uma mulher de 52 anos que acabava de retornar de uma viagem à Europa.

Nesses cinco meses o Sars-CoV-2 igualou a todos, pois pode contaminar potencialmente os seres humanos. Mas igualou mesmo? Ou expôs ainda mais as desigualdades?

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