O leilão do primeiro lote de concessão das rodovias paranaenses deu uma injeção de ânimo para quem precisa de estradas em boas condições porque o sucesso do trabalho depende disso. Para os prefeitos dos 23 municípios que integram a Amunorpi (Associação dos Municípios do Norte Pioneiro), a volta da cobrança do pedágio é vista como a possibilidade de resolver problemas logísticos de uma região que é rota de escoamento de produção não só do Paraná, mas de outros Estados, como Mato Grosso.

A associação aguarda com expectativa a conclusão do processo de concessão do lote 2 das rodovias paranaenses, cujo leilão está está marcado para o próximo dia 29 de setembro, na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.

A concessão da PR-092, uma das mais importantes rodovias do Norte Pioneiro, integra o pacote de concessões do lote 2 e prefeituras e empresas daquela região, especialmente as do agronegócio, anseiam pela duplicação do trecho entre Jaguariaíva e Santo Antônio da Platina.

O prefeito de Siqueira Campos e o presidente da Amunorpi, Luiz Henrique Germano, explica o quanto essa estrada é fundamental para a economia da região: “A PR-092, do lado de Santo Antônio da Platina, encontra com a BR-153 e é uma rodovia vital para a nossa região. São muitos caminhões que passam por aquele trecho, é um tráfego muito pesado em uma rodovia de pista simples. Mesmo com o pavimento bom, o trânsito ali é complicado e prejudica o desenvolvimento de toda aquela região”.

Ele destacou a “superdeterioração” das estradas que cortam o Norte Pioneiro desde o término dos contratos de pedágio, no final de 2021. “Muitos trechos ficaram bem ruins, com buracos. As operações tapa-buraco deram uma melhorada, mas ainda assim, sofremos muito. Muitos carros perdiam pneus por causa das condições ruins.”

Segundo o governo do Estado, o lote 2 tem 604,16 quilômetros de extensão e contempla rodovias que passam pelos municípios de Bandeirantes, Curitiba, Carambeí, Cornélio Procópio, Jaguariaíva, Jacarezinho, Paranaguá e Ponta Grossa.

O governo do Paraná informou que para todas as rodovias incluídas no pacote de concessões estão previstos descontos na tarifa, com a cobrança de valores diferenciados para pista simples e dupla, além de inovações tecnológicas que incluem área de escape e iluminação inteligente (LED). As obras mais aguardadas, de duplicação, devem ocorrer entre o terceiro e o sétimo anos de concessão.

A expectativa do paranaense pela nova fase de concessão do Anel de Integração diz muito sobre um Estado que pagou caro por um serviço que não veio a contento. A lição aprendida é a atenção ao bem comum e à transparência nos processos. Um investimento em infraestrutura pode se perder com o tempo ou simplesmente não acontecer e restará à população constatar o desperdício de recursos públicos e viver sob o risco de se envolver em acidentes em uma estrada de baixa qualidade.

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