Mortes por gripe e o descaso com a vacina
No Paraná, 90% das pessoas que morreram por gripe em 2025 não estavam vacinadas
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 17 de junho de 2025
No Paraná, 90% das pessoas que morreram por gripe em 2025 não estavam vacinadas
Folha de Londrina
Balanço divulgado pela Sesa (Secretaria do Estado da Saúde) nesta segunda-feira (16), revelando a morte de 124 pessoas por gripe entre janeiro de 7 de junho, revela um dado alarmante e, ao mesmo tempo, evitável: 90% das vítimas fatais não haviam sido vacinadas.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, apelou para que a população procure uma unidade de saúde para se vacinar ou os vários pontos de imunização que as prefeituras abrem excepcionalmente como parte das campanhas de vacinação. As doses estão disponíveis gratuitamente para a população a partir dos seis meses de idade.
Beto Preto ressaltou que a vacina atua para que os casos de gripe não evoluam para uma situação mais grave. O secretário lembrou, durante a coletiva, um fato registrado na região Oeste: das 212 crianças entre seis meses a menores de 12 anos que foram internadas no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu em 2025 por doenças respiratórias, apenas 18 estavam vacinadas.
O secretário elogiou a força-tarefa dos municípios em promover uma vacinação ‘extramuros’, levando o imunizante para locais com alto fluxo de pessoas, como terminais rodoviários, igrejas e em estádios de futebol. Neste ano, o Paraná recebeu 4,7 milhões de vacinas contra a Influenza A e, de acordo com o balanço mais recente, já aplicou cerca de 3,2 milhões de doses.
A vacinação contra a gripe, amplamente disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde), é uma das formas mais eficazes de prevenir casos graves da doença, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com comorbidades.
Mesmo assim, o país enfrenta, ano após ano, a resistência de parte da população em aderir às campanhas de vacinação, não só contra a gripe, mas também contra outras doenças graves, como sarampo e Covid-19.
Os motivos da baixa adesão são muitos e vão desde desinformação sobre a segurança e a eficácia do imunizante, até por conta da disseminação de boatos sem respaldo científico. Soma-se a isso um comportamento negligente de pessoas que não acreditam na capacidade do vírus da gripe em evoluir para complicações mais sérias.
Vacinar-se é um ato de solidariedade social. Ao interromper a cadeia de transmissão do vírus, a imunização contribui para proteger aqueles que, por diversas razões, não podem ser vacinados e dependem da imunidade coletiva.
Obrigado por ler a FOLHA!

