Uma série de boatos sobre o suicídio de Renato Russo invadia o Rio de Janeiro quando o guitarrista Dado Villa-Lobos resolveu visitar o amigo. Russo já não se alimentava. Estava magro e muito doente. De manhã, o telefone de Villa-Lobos tocou. Renato Russo estava morto. Era o dia 11 de outubro de 1996 (...) Desde a infância Renato Russo se interessava pela vida de popstar. Sonhava em ser um dos Beatles, uma figura expressiva do rock mundial, e criou até um personagem imaginário - ele mesmo - chamado Eric Russel, que se tornaria posteriormente Russo, nome fictício associado ao filósofo Jean-Jacques Rousseau e o inglês Bertrand Russel.

Com a adolescência e o punk rock, o sonho virou às avessas. O inconformismo adolescente - que gerou letras quase panfletárias sobre a realidade brasileira - associado à rebeldia e depressão, apagou os ideais de popstar em troca de uma mistura de conceitos envolvendo revolução, sexualidade, religião e romantismo.