Pomar comunitário divide opinião de lideranças

20 de maio de 1999

A decisão sobre o que fazer com o pomar comunitário instalado no fundo de vale do córrego do Irará está dividindo as lideranças locais.
O ex-presidente da associação, Rafael Nascimento de Oliveira, e o atual vice-presidente, Geraldo Alves da Silva, contam que o pomar foi montado há três anos. ‘‘Mas desde o final do ano passado, o atual presidente da associação tem instruído pessoas para cortar as árvores frutíferas’’, afirma Oliveira. Ele lembra que as mudas foram conseguidas, junto às secretarias estadual e municipal de agricultura. ‘‘Nosso objetivo, ao montar o pomar comunitário, era o de produzir frutas para o consumo das crianças da creche e dos alunos da escola local", afirma Rafael Oliveira.

O presidente da associação, Antonio Rosa, nega que pretenda cortar as árvores frutíferas, mas explica que dividiu a área em lotes que estão sendo utilizados por famílias para a produção de alimentos como milho, mandioca, batata-doce e verduras. ‘‘O pomar estava meio abandonado, porque poucas pessoas se dispõem a ajudar na manutenção. Então, a solução que encontramos foi a de ocupar melhor a área, cedendo para que os moradores vizinhos plantem nela o que têm interesse.’’
O chefe regional do Ibama, José Carlos Vargas, diz que esteve no pomar comunitário para checar a denúncia. ‘‘É lógico que aquelas árvores frutíferas são importantes para a proteção daquela fundo de vale, que não conta mais com mata ciliar.’’