Esse ano, o Festival Internacional de Londrina abriu as portas para a manifestação e produção da cultura, dando visibilidade aos excluídos pela educação, pela distância geográfica e até pela indústria cultural. Para essa empreitada audaciosa e visionária, os organizadores se ancoraram no subtítulo ‘‘Ano 0 - De Todas as Artes’’. Com um plano piloto de política cultural, o Filo adquiriu um novo formato, instituindo 22 programas de difusão do saber e de fomentação cultural, os chamados Projetos de Maio. Alguns foram direcionados para determinados grupos, enquanto que outros foram abertos para a população da cidade. Até a 32ª edição, o Festival de Teatro oferecia um caráter de maratona para o espectador, com espetáculos todos os dias, em horários diferentes. Acompanhá-los exigia fôlego e disposição para contemplar, refletir, rebelar, instigar e se divertir. Com o encerramento do Filo 2000, e todos os problemas enfrentados com a proposta audaciosa, é o momento de reavaliar se o passo não foi maior que as pernas. Para muitos, pode ser pretensão levar adiante um evento cultural com 49 dias de duração. Não somente em função da abrangência do projeto de ensaio de política cultural, mas pela dificuldade crescente na obtenção de recursos para projetos culturais.

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