Afastada do poder há mais de cem dias e com poucas chances de mudar o desfecho da crise política, a presidente Dilma Rousseff usou a ida ao Senado nessa segunda-feira (29) para defender sua biografia e dizer ter sido vítima de um golpe parlamentar orquestrado pela oposição ao seu governo e pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A petista lembrou de sua condenação pelo “tribunal de exceção” da ditadura e de sua recente luta contra um câncer. Afirmou que, primeiro torturada, e depois, doente, teve medo de morrer. Relacionando os episódios ao momento atual, concluiu: “Hoje, eu só temo a morte da democracia”. Dilma foi recebida por um plenário silencioso e, sem aplausos ou vaias, fez um discurso de 47 minutos em que afirmou ser inocente, disse que não cometeu crime de responsabilidade e chamou o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), de “usurpador”.