15 DE NOVEMBRO DE 1999

O secretário executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, Hama Arba Diallo, disse hoje que a desertificação se expande rapidamente em todo o mundo e custa muito caro nada fazer para combatê-la e preveni-la. "Ou o mundo continua a assistir as catástrofes ou se decide a mudar", afirmou pouco antes da abertura da III Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (COP-3), que se realiza no Centro de Convenções em Olinda, até o dia 26.O COP-3 reúne mais de 2 mil participantes dos 159 países signatários da convenção e foi aberto pelo Vice-presidente da República, Marco Maciel, e pelo presidente da ONU, Theo Ben Gurirab, que informou a adesão de mais dez países à convenção internacional, entre eles: Filipinas, Tailândia, Papua-Nova Guiné Austrália, Albânia, República Checa, Suriname e Trinidad Tobago.O ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, disse que o seu ministério funcionará durante toda a próxima semana no Recife, para um maior aproveitamento da troca de experiências que o COP-3 irá proporcionar e na busca por recursos internacionais para o combate à desertificação.A desertificação já afeta 30% do território mundial, atinge anualmente novos 10 milhões de hectares em todo o planeta e representa um custo anual de US$ 42 bilhões. Este montante é maior do que o que a ONU estima ser necessário para combater o fenômeno - US$ 10 bilhões a US$ 22 bilhões por ano durante 20 anos. Os impactos causados pela desertificação abrangem todas as áreas - financeira, econômica e social -, com a redução da produção de alimentos, aumento da pobreza e de migrações das populações afetadas. O Brasil tem 180 mil quilômetros quadrados de área em processo grave e muito grave de desertificação concentrados principalmente no Nordeste. Estima-se que somente essa região perde anualmente 400 milhões de toneladas de solo. No mundo, essa perda é de 24 bilhões de toneladas por ano.

(Por Angela Lacerda)