16 DE OUTUBRO DE 2003

Curitiba - A promotora Cynthia Maria de Almeida Pierri, do Ministério Público (MP) estadual, responsável pelas investigações envolvendo 500 motores e blocos de automóveis furtados, e que foram enterrados em um terreno em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, convocou a imprensa, ontem, para esclarecer que a decisão da Justiça de arquivar o processo não significa que os três acusados no inquérito policial, dentre eles o ex-prefeito do município João Dirceu Nazzari, tenham sido inocentados do crime.O inquérito policial foi instalado em junho de 2000, após a polícia encontrar um cemitério de motores em um terreno próximo à empresa Brascal, de propriedade de Nazzari. A existência do cemitério foi revelada por um telefonema anônimo, que acusava também os donos de lojas de autopeças Joarez França Costa o Caboclinho e Paulo Pacheco Mandelli de serem os compradores das peças que estavam enterradas. O arquivamento, em função de falta de provas vale para os três acusados. Caboclinho e Mandelli já são condenados por receptação de peças roubadas em outros processos. Caboclinho encontra-se preso, enquanto Mandelli, que teve prisão decretada, está foragido.''É importante ficar claro que o Ministério Público não está abafando o caso, nem protegendo o prefeito ou outro envolvido. Tanto que, no meu pedido de arquivamento, deixo bem claro que houve um crime e que apesar de todas as evidências apontarem os indiciados como autores do delito, não conseguimos materializar provas concretas dos autores para oferecer denúncia contra eles'', afirmou Cynthia. A promotora decidiu se pronunciar para se contrapor às afirmações do advogado de Nazzari, Elias Mattar Assad.

(Maigue Gueths/ Equipe da Folha)