Se nos anos 1960 , e nas décadas subsequentes, não se pensava no Brasil sem os EUA, atualmente a China é um país cujas relações políticas e econômicas interessam demais ao governo brasileiro. Grandes parceiros, o comércio bilateral entre Brasil e China atingiu a cifra de US$ 134,4 bilhões em 2021, o que representa quase o dobro do volume de negócios com os EUA que atingiu US$ 70,5 bilhões no mesmo ano.

Não poderia ser mais oportuno, o presidente Lula estreitar os laços com o país que, atualmente , mais cresce no mundo, com altos investimentos na indústria, comércio e na infraestrutura que fazem a China parecer um país futurista que soube contornar graves problemas econômicos, com sua população atingindo melhores condições de vida. Em qualquer vídeo no YouTube é possível observar o desenvolvimento dos principais centros urbanos, com infraestrutura de transporte arrojada, soluções de habitação para uma população volumosa - na verdade uma das maiores do mundo - uma indústria eficiente, sobretudo para os eletrônicos, e um comércio que extrapola o próprio país, propagando-se por todo mundo numa ocupação que não é a das batalhas políticas, mas econômicas.

E o que o governo brasileiro vai negociar com a China? Mais acordos bilaterais que deverão ser assinados com empresários e autoridades políticas durante o encontro. Na mesa de negociações estão vinte desses acordos, incluindo a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites feitos em parceria entre Brasil e China, que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens. Não por acaso a ministra do meio ambiente, Marina Silva, acompanha Lula na visita, há muito o que conversar com os chineses que, na área ambiental, deram um salto resolvendo há algumas décadas alguns problemas de poluição, assoreamento de rios utilizados para transporte de mercadorias, preservação de florestas e áreas verdes urbanas, um quesito em que o país passou a dar show com a recuperação e preservação de grandes parques.

Além disso, está previsto um acordo de negociação direta entre o real e o yuan, sem a necessidade de dolarização. Assuntos como a paz na guerra da Ucrânia e acordos de cooperação e transferência de tecnologia também devem entrar na pauta sem que isso interfira diretamente nas relações entre os dois países. Destaque também para a posse da ex-presidenta Dilma Rousseff na sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como banco dos Brics. O que, sem dúvida, é um ponto a mais no restabelecimento das relações comerciais entre potências que querem cuidar direito de suas próprias casas e de seus recursos que são muitos.

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