Lago Igapó: muitos problemas a resolver
Assoreamento, poluição e proliferação de espécie invasora saltaram aos olhos com o recuo do nível da água
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Assoreamento, poluição e proliferação de espécie invasora saltaram aos olhos com o recuo do nível da água
Folha de Londrina
O rompimento de um dos dois vertedouros que controlam a passagem de água no Igapó, do lago 2 para o 1, demandou uma ação rápida do município. O problema foi percebido na sexta-feira e, na manhã de sábado, o nível da água no lago 2 já estava abaixo do normal, deixando à mostra muita lama e sujeira. A solução paliativa foi utilizar sacos de areia de 1.200 quilos para conter o vazamento.
Muitos problemas já conhecidos saltaram aos olhos. O principal é o assoreamento. Com o recuo da água, muitas “ilhas” se formaram ao longo da extensão do lago 2, entre as transposições das avenidas Higienópolis e Ayrton Senna. Um dos pontos mais críticos é o trecho da tubulação onde pousam as garças e os biguás. Uma grande faixa de terra se formou, o que encorajou alguns pescadores a se arriscarem atrás dos peixes.
No sábado, a prefeitura cogitava fazer o total esvaziamento do lago 2, para assim, solucionar o assoreamento que tornou cada vez mais comum os alagamentos nas regiões de fundo de vale vizinhas ao lago. No entanto, a medida foi descartada, ao menos por ora, pela administração. O secretário municipal de Obras, Otávio Gomes, informou que há obras previstas, mas que “talvez não seja o momento de fazer essas intervenções”.
Outro problema é a quantidade de lixo, principalmente plástico, encontrada nas margens do lago. Investir em campanhas de conscientização é fundamental para evitar a poluição dos cursos hídricos do município, incluindo seu principal cartão-postal. Não custa reforçar que todo lixo jogado nas ruas que vai parar nas galerias pluviais tem como destino os rios, riachos, ribeirões e córregos. Cuidar do patrimônio ambiental é dever de todo cidadão.
Também chama a atenção a grande quantidade de mexilhão-dourado no Lago Igapó. A espécie invasora que se espalha com rapidez tem preocupado ambientalistas. A presença da espécie é prejudicial porque piora a qualidade da água e causa entupimento de tubulações. A suspeita é de que a espécie tenha chegado ao Igapó por meio de embarcações de lazer, como jet skis e caiaques. Neste caso, a presença de uma unidade da Marinha em Londrina pode ajudar na fiscalização, em parceria com os órgãos ambientais.
São muitas as frentes de trabalho. Se ao menos por enquanto, os problemas não terão uma solução definitiva, é importante que a administração municipal eleja como prioridade a saúde do debilitado Lago Igapó. Um lago bem cuidado é sinônimo de qualidade de vida, saúde, visibilidade e competitividade para a cidade.
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