O papel das Associações Comerciais e Empresariais (ACEs) no desenvolvimento local é incontestável, porém o momento exige uma nova postura, de imediato, mais dinâmica. Antes, as transformações surgiam de forma mais lenta, agora, os associados precisam de um norte, de um direcionamento para encontrar soluções diante do “abre e fecha” do comércio.

Há tempos, as ACEs vêm repensando seu modelo de negócios e reinventando a maneira de entregar produtos, serviços e benefícios aos seus sócios. Assim, passam a quebrar velhos paradigmas, de modo a entregar mais que serviços de proteção ao crédito, como SPC, SCPC, Serasa, representação política, campanhas comerciais e clube de benefícios (saúde, odontológico, cartões de créditos, etc).

Apesar de não ter fins lucrativos, a ACE deve sua sobrevivência a resultados financeiros positivos. Embora, a pandemia tende a forçar o desligamento de empresas de seu quadro associativo, a diretoria de uma ACE deve voltar sua atenção, mais do que nunca, para repensar seu modelo de atuação a fim de defender os interesses de seus associados e garantir bons resultados, em especial, a eles. E o mais importante, fazer a empresa associada, por meio de seus sócios, entender a real importância do associativismo.

No entanto, a reinvenção de uma ACE depende do grau de engajamento e maturidade de sua diretoria executiva. Seu perfil de atuação é um reflexo diretamente de seus diretores e o mesmo pode ser observado na relação empresário-empresa. Ou seja, a cultura organizacional de uma empresa é uma consequência direta do perfil de liderança de seus diretores ou proprietários.

Discutir inovação e novos modelos organizacionais atualmente parece ser um assunto cansativo, que envolve um processo completo de transformação digital. Inovação não é só incremento de tecnologia, começa com a maneira de pensar. E repensar o papel de uma ACE, neste momento de instabilidade, é essencial para desenvolver um mapa de empatia com o associado. Aliás, não só de empatia, mas propor soluções tangíveis.

E essa mudança começa na busca de respostas para perguntas simples sobre a postura da ACE diante do empresário: Como inovar para ajudar a alavancar as vendas dos associados? Qual a verdadeira dor (necessidade) dos associados? Como temos nos atualizados para atender o novo perfil desse empresário?

Tiago Ribeiro, professor da Unespar, especialista em Empreendedorismo e Inovação e coordenador do Conecta Apucarana.