Desde a Revolução Industrial, no século 18, riqueza e atividade fabril vêm caminhando juntas quando o assunto é PIB (Produto Interno Bruto). Um exemplo é o Estado de São Paulo, o mais industrializado do Brasil, que concentra 30% do PIB nacional. Se o setor manufatureiro é tão importante para um Estado, muitas vezes uma única indústria é capaz de proporcionar a um pequeno município a sua própria Revolução Industrial.

Em reportagem deste fim de semana, a FOLHA retrata o desempenho econômico de dois grupos de municípios de diferentes tamanhos com e sem indústria. O trabalho foi realizado com base no PIB de 2016, último divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em âmbito municipal e também em dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais). Um dos grupos está na faixa entre 6 mil e 6.999 habitantes e outro na de 11 mil a 11.999. A pesquisa teve como referência o VAB (Valor Adicionado Bruto).

Na faixa de 11 mil habitantes, Céu Azul (microrregião de Foz do Iguaçu) tem o maior PIB, R$ 575,7 milhões. Na cidade, o VAB da indústria é de 24%. Já o menor PIB, de R$ 175,2 milhões, é o de Inácio Martins (microrregião de Guarapuava), onde o setor tem apenas 8% de participação. O PIB per capita do primeiro é de R$ 49,1 mil, bem acima das médias do Brasil e do Paraná, de R$ 31.587 e R$ 36.728, respectivamente. Já o do segundo é de apenas R$ 13,8 mil.

No grupo das cidades na faixa de 6 mil habitantes, o maior PIB é o de Sabáudia (R$ 351,8 milhões). O município integra o polo moveleiro de Arapongas e tem 26% de participação fabril na economia. O PIB per capita é de R$ 52.950. Na outra ponta, está Laranjal, com o menor PIB (R$ 81,5 milhões). Na cidade da região sul, a participação do setor é de apenas 3% e o PIB per capita, de R$ 13.044.

A FOLHA visitou os municípios de Sabáudia, São Jerônimo da Serra e Sapopema, sendo que o primeiro é campeão de empregos entre as menores localidades. A proposta é mostrar as histórias das pequenas cidades que batalham para atrair empresas que possam ajudar a comunidade a conquistar os tão sonhados benefícios que vêm com o progresso. E retratar também as histórias daquelas municípios que receberam suas fábricas há alguns anos e hoje colhem o fruto dessa realidade, pois uma indústria não multiplica apenas empregos, ela ajuda a aumentar a arrecadação, que significa melhorias nos serviços de saúde, educação, infraestrutura e segurança.

O impacto da recessão iniciada em 2014 ainda é cruel para os municípios mais pobres. Cabe ao poder público em suas várias esferas identificar oportunidades em que as cadeias produtivas estão formadas e melhorar as políticas públicas com o objetivo de atrair novas empresas para essas regiões.