Os dados de emprego vêm melhorando no Brasil. Números divulgados em agosto pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Aplicados (Ipea) mostram um movimento contínuo de expansão da população ocupada e de queda nos índices de desocupação, atingindo 9,2% no encerramento do primeiro semestre do ano.

Brazilian document work and social security (Carteira de Trabalho e Previdencia Social)
Brazilian document work and social security (Carteira de Trabalho e Previdencia Social) | Foto: istock

Apesar das boas notícias, precisamos nos perguntar: Como incluir outras 10 milhões de pessoas no mercado de trabalho. Como resolver o retrocesso que alcançamos, em 2021, ao deixar 33 milhões de pessoas passando fome? Como mudar a realidade de mais de 36 milhões de brasileiros que sobrevivem com 1 salário-mínimo por mês, no valor de R$1.212, e não conseguem, se quer, comprar a cesta básica? E como tirar 22% da população brasileira da pobreza, ou seja, mais de 47 milhões de pessoas? Estamos falando de 1 em cada 4 brasileiros que continuam à margem da economia.

Oportunizar o acesso a novas formas de geração de renda é a solução para resolver os desafios com os quais nos deparamos hoje e, ainda, construir bases para um futuro diferente. Precisamos quebrar algumas barreiras, começando pelo dimensionamento deste quadro. E estimular o desenvolvimento de novas capacidades profissionais a partir de habilidades já conhecidas e valorizadas pela população presente entre as classes sociais C, D e E.

Diversos estudos comprovam a real necessidade de investirmos em educação e capacitação técnica para inserirmos camadas mais vulneráveis da sociedade no mercado de trabalho. Pesquisa da Universidade de Columbia (EUA) mostrou que a cada dólar investido no desenvolvimento de habilidades socioemocionais ainda na educação básica, em torno de 11 dólares são devolvidos para a sociedade na forma de economia de gastos públicos, sobretudo os que estão relacionados à assistência social, segurança pública e saúde.

É fato que a geração de renda por conta própria vem mudando a realidade do País. No primeiro semestre do ano, 2,5 milhão de novas empresas surgiram no Brasil. No primeiro trimestre, foram 1 milhão, e cerca de 80% eram MEIs (Microempreendedor Individual). Mas podemos potencializar ainda mais essa trajetória, mobilizando uma rede de recursos.

As empresas privadas têm sido agentes fundamentais deste movimento. Têm investindo em capacitação contínua, especialmente, focada nos segmentos que mais precisam: a base da pirâmide. Mas também têm oportunizado um processo de recolocação de pessoas mercado de trabalho. São companhias que ocupam posições de destaque internacional. Entre eles, nossos bancos privados, que também despontam em ranking de melhores práticas ESG (Ambiental, Social e Governança).

Ivan Pereira, Vice-Presidente da Mind Lab e da eduK.

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