HPV também pode afetar a garganta e provocar câncer de laringe
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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
Domingos Tsuji
A infecção por HPV é uma das mais comuns entre as chamadas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). E, embora seja mais frequente contrair o HPV genital, há também casos de HPV na garganta – o que muita gente desconhece. Por isso, sempre vale o alerta!
A transmissão, neste caso, se dá por meio do sexo oral ou mesmo pelo contato entre bocas. O diagnóstico, por sua vez, assim como os tratamentos indicados, cabe ao médico otorrinolaringologista, que é o especialista mais indicado a lidar com o problema.
A principal característica dessa infecção é a presença de verrugas na garganta, na boca, na língua ou na mucosa da bochecha. A rouquidão progressiva é outro sintoma que pode se somar, caso haja acometimento das cordas vocais – que também pode ensejar câncer de laringe. Esta, aliás, é a maior preocupação que se tem em relação a esse vírus, quando presente nas vias aéreas.
Por isso, a prevenção é sempre o melhor (e mais barato) remédio. Sintomas, obviamente, precisam ser investigados quando surgem. O primeiro passo, no caso do HPV de garganta, é a realização de uma avaliação otorrinolaringológica geral, complementada com um exame de videofaringolaringoscopia para visualizar a região.
Através desse procedimento, é possível identificar as lesões ocasionadas pelo chamado papilomavírus, que, na maioria das vezes, é muito característica e fácil de reconhecer. Elas se assemelham a cachos de uva com pequenos pontos escuros e podem estar restritas a uma porção da laringe, como as pregas vocais, as pregas vestibulares, a epiglote e outras regiões da garganta.
A confirmação do diagnóstico, no entanto, requer a retirada da lesão e análise histológica dos fragmentos.
Quanto ao tratamento, o principal método é a remoção cirúrgica das lesões através de técnicas como a microcirurgia de laringe, podendo-se associar medicações adjuvantes para tentar aumentar a eficiência do resultado cirúrgico. Ainda assim, podem ocorrer múltiplas recidivas e, por isso, os tratamentos costumam ser longos e requerem acompanhamento periódico, até que seja confirmada a total remissão da doença.
Domingos Tsuji, médico otorrinolaringologista especialista em Saúde da Voz, docente associado da Faculdade de Medicina da USP e diretor fundador do Voice Center do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia