Um marco na história contemporânea de Londrina, o assalto ao Banestado, em 1987, voltou à tona com força no domingo (1), quando no perímetro da Rua Piauí entre o Bosque Central e a Rua Souza Naves e a Concha Acústica se desenrolaram gravações de cenas do filme "Assalto à Brasileira".

O filme é baseado em livro de Domingos Pellegrini e a história foi adaptada para o cinema pelo roteirista L.G. Bayão. Trata-se de uma coprodução entre a +Galeria, a Santa Rita Filmes e o Grupo Telefilms.

No domingo, as filmagens no centro de Londrina começaram perto das 9 horas com a presença do ator Murilo Benício, que interpreta o repórter policial da Folha de Londrina Paulo Ubiratan, que cobriu o assalto 37 anos atrás. Além dele, outros atores também participaram, como Christian Malheiros, que interpreta Moreno - o chefe da quadrilha que assaltou o Banestado; Robson Nunes (o Barba), Matheus Macena (Ismael) Vinicius Marinho (Nico), Vertin Moura (Michel), Ariclenes Barroso (Luciano) e Shaolin (Girino).

As cenas que mostram Paulo Ubiratan e o bando que assaltou o Banestado no dia do aniversário da cidade, em 10 de dezembro de 1987, trouxe de volta memórias que os londrinenses reviveram acompanhando de perto as gravações que duraram o dia todo. Muita gente acompanhou a movimentação de uma grande produção cinematográfica na cidade, envolvendo equipes de fora, além de atores, figurantes e pessoal de apoio locais. Uma mostra de como a economia criativa realmente movimenta a cidade.

O assalto ao Banestado até pareceria uma ficção se não entrasse para a história policial brasileira com a grandiosidade do número de reféns: 300. Sem falar das milhares de pessoas que foram para a frente da agencia bancária localizada no Calçadão, naquela época, esperando o desfecho do roubo. Lembrando ainda do ônibus que levou assaltantes, reféns e 30 milhões de cruzados em uma emocionante perseguição na zona rural.

A repercussão nacional do assalto foi gigante, amplamente noticiado em jornais, rádios e na televisão, colocando a cidade e Folha de Londrina no mapa nacional por conta de um crime e de uma cobertura de grandes proporções.

Mesmo quem nasceu depois de 1987 ou se mudou para Londrina após o episódio conhece a história ou pessoas que foram reféns da quadrilha. O assalto ao Banestado tornou-se parte da memória coletiva da cidade e é frequentemente revisitado em documentários, reportagens e conversas sobre o passado de Londrina. Basta ver que quase 40 anos depois, esse caso vai ganhar uma nova narrativa a ser contata no Brasil e no exterior.

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