O levantamento da ACIL/SPC publicado pela FOLHA revela que enquanto a inadimplência apresentou queda de 3,1% em dezembro de 2024 em Londrina, no acumulado do ano houve um aumento de 8,8%. O cenário reflete uma economia em recuperação moderada, com uma das taxas de desemprego mais baixas dos últimos anos. A combinação desses fatores sugere que, embora muitos consumidores estejam conseguindo negociar dívidas e recuperar crédito, como demonstra o aumento de 17,2% entre os consumidores que "limparam o nome" em 2024, ainda há desafios estruturais que precisam ser enfrentados.

A inadimplência acumulada, que reflete o peso do endividamento, mostra a importância de políticas públicas eficazes que promovam a empregabilidade e ofereçam condições para que o trabalhador renegocie suas dívidas de forma acessível. Essas iniciativas não apenas ajudam o consumidor a recuperar sua capacidade de crédito, mas também estimulam a economia, uma vez que indivíduos com finanças mais organizadas têm maior poder de consumo responsável.

No entanto, a pesquisa nacional da Serasa alerta para um problema recorrente no início de cada ano: as despesas sazonais, como IPVA, IPTU e matrículas escolares, que pressionam os orçamentos familiares. Com 55% dos brasileiros planejando gastar até R$ 4 mil nessas despesas, mas apenas 59% tendo se preparado financeiramente, o risco de descontrole é evidente. Além disso, o valor médio estimado para essas despesas supera em 21% a renda média nacional, o que demonstra que grande parte da população não possui margem financeira para lidar com tais gastos sem comprometer o orçamento.

O planejamento financeiro deve ser uma prioridade para as famílias e também para as instituições que promovem a educação financeira. Ferramentas como planilhas e aplicativos de controle de gastos são úteis, mas precisam ser acompanhadas de um esforço contínuo de conscientização sobre a importância do consumo consciente e do equilíbrio entre receitas e despesas.

Buscar o equilíbrio financeiro é uma das metas de muitas famílias neste ano que começa. O controle de gastos e a educação financeira são fundamentais para que a população consiga superar os desafios impostos pela sazonalidade dos gastos e pela recuperação econômica. Assim, neste início de 2025, é essencial que o planejamento financeiro esteja no centro das atenções, permitindo que as famílias atravessem o ano com maior estabilidade e segurança.