No meio de todas as dores da degradação da floresta amazônica e da contaminação dos rios por mercúrio dos garimpeiros em busca do famigerado ouro, o mundo inteiro acompanhou a Cúpula da Amazônia, e todos se frustraram pela Declaração de Belém, que não conseguiu um consenso e, sim, um dissenso dos oito países que representam a cúpula. Quem perdeu foi a floresta, que continua a ser degradada e devastada, e o que é pior, tem que enfrentar a sanha pela exploração do petróleo e gás na foz do Rio Amazonas, pobre a floresta, pobre da biodiversidade, pobre dos índios e ribeirinhos.

Enquanto os governos não chegam a um acordo, está previsto para 2024 a maior estiagem na floresta, pelo efeito El Nino, e poderemos ter o "ponto de não retorno", antecipado pelas ações do desmatamento e o fim dos rios voadores, que fornecem água para a região Sul e Sudeste, com o ressecamento, poderemos entrar em colapso pela escassez da água, o líquido que nos garante a vida. Essa foi a triste notícia nos últimos dias em que a Floresta Amazônica recebeu a sentença de que as ações dos seres humanos insensatos irão continuar na sua devastação.

Com tristeza, pela biodiversidade e pelas gerações futuras.

José Pedro Naisser (ecologista) Curitiba

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