O frio se intensificou nos últimos dias no Sul do Brasil e o Paraná tem baixas temperaturas pelo quarto dia consecutivo. A previsão é que até esta quinta-feira (1), prevaleçam as geadas que já aconteceram nos últimos dias, em algumas regiões do Estado.

O inverno, que nos últimos anos chegou a ser considerado fraco, mostrou a que veio na última semana de junho de 2021, trazendo à memória de muitos paranaenses a geada épica de 1975, quando os cafezais foram dizimados. Mas a memória dos paranaenses não fica congelada nesta data fatídica. A cada ano, a população e sobretudo os agricultores ficam de olho no tempo com receio das perdas nas lavouras plantadas numa das regiões mais férteis do País.

Este ano, não deu outra, na manhã de quarta-feira (30), sites de meteorologia e de notícias agropecuárias informavam sobre lavouras de trigo congeladas na região de Peabiru (Noroeste do Estado), com perdas estimadas entre 70 e 100%; também são estimadas perdas significativas nas lavouras de feijão e da safrinha de milho no Estado. Na região de Clevelândia (no Sudoeste) houve registro de neve que caiu com a chuva congelada, quando a temperatura atingiu cerca de 0º, assim como Palmas (centro-sul) também registrou neve. No norte do PR houve ocorrência de geadas moderadas e na região Metropolitana de Curitiba, apesar da temperatura em torno de 0º em alguns dias, a umidade elevada impediu a formação de geadas. A temperatura mais baixa registrada até agora no PR foi em General Carneiro: - 3,5º

Esta semana, a primeira do inverno que começou oficialmente em 21 de junho, a massa fria de origem polar que veio da Argentina, avançou pelo Sul do Brasil atingindo especialmente os estados do RS, SC e PR. Mas uma característica apontada pelos meteorologistas é que a frente fria se espalhou atingindo o Sudeste e o Centro-Oeste, até no Norte e Nordeste houve quedas de temperatura em algumas regiões. Mas nada se compara a São Joaquim da Serra (SC) onde a temperatura chegou a -7,5 graus às 7h, na última terça-feira (28), esta foi considerada a menor temperatura deste inverno registrada no Brasil até então.

Associada a um ciclone extra-tropical que atingiu o Uruguai e o RS, a frente fria castigou o Sul do Brasil neste final de junho, mas as previsões apontam que nesta quinta-feira (1) ela já começa a se dissipar, indicando um fim de semana de sol e temperaturas mais altas.

Até o fim do inverno, em 22 de setembro, os brasileiros, sobretudo dos estados do sul e sudeste, deverão conviver com outras ocorrências de massas frias, o que não deixa de ser preocupante num País em que somos pouco preparados para baixas temperaturas. Sofrem as lavouras, os agricultores, a população em geral e, mais ainda, a população menos favorecida que tem que conviver com o frio, além da alta de preços em produtos básicos como o feijão depois das geadas e das perdas.

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