FOLHA VEST - CADERNO 8

27/03/2023

01. (UEL)

Leia o fragmento, a seguir, retirado do livro Clara dos Anjos, de Lima Barreto, e responda à questão.

Cassi Jones, sem mais percalços, se viu lançado em pleno Campo de Sant’Ana, no meio da multidão que jorrava das portas da Catedral, cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar. A sua sensação era que estava numa cidade estranha. No subúrbio tinha os seus ódios e os seus amores; no subúrbio, tinha os seus companheiros, e a sua fama de violeiro percorria todo ele, e, em qualquer parte, era apontado; no subúrbio, enfim, ele tinha personalidade, era bem Cassi Jones de Azevedo; mas, ali, sobretudo do Campo de Sant’Ana para baixo, o que era ele? Não era nada. Onde acabavam os trilhos da Central, acabava a sua fama e o seu valimento; a sua fanfarronice evaporava-se, e representava-se a si mesmo como esmagado por aqueles “caras” todos, que nem o olhavam. [...]

Na “cidade”, como se diz, ele percebia toda a sua inferioridade de inteligência, de educação; a sua rusticidade, diante daqueles rapazes a conversar sobre cousas de que ele não entendia e a trocar pilhérias; em face da sofreguidão com que liam os placards dos jornais, tratando de assuntos cuja importância ele não avaliava, Cassi vexava-se de não suportar a leitura; comparando o desembaraço com que os fregueses pediam bebidas variadas e esquisitas, lembrava-se que nem mesmo o nome delas sabia pronunciar; olhando aquelas senhoras e moças que lhe pareciam rainhas e princesas, tal e qual o bárbaro que viu, no Senado de Roma, só reis, sentia-se humilde; enfim, todo aquele conjunto de coisas finas, de atitudes apuradas, de hábitos de polidez e urbanidade, de franqueza no gastar, reduziam-lhe a personalidade de medíocre suburbano, de vagabundo doméstico, a quase cousa alguma.

BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Rio de Janeiro: Garnier, 1990. p. 130-131.

Em relação aos recursos linguísticos presentes no texto, assinale a alternativa correta.

a) Em “ele percebia toda a sua inferioridade de inteligência, de educação; a sua rusticidade”, o ponto e vírgula é usado para enumeração dos complementos do termo “inferioridade”.

b) No trecho “e, em qualquer parte, era apontado”, a palavra “apontado” está no masculino para concordar com “subúrbio”.

c) No fragmento “Onde acabavam os trilhos da Central”, o verbo está no plural para concordar com seu complemento “trilhos”.

d) Em “acabava a sua fama e o seu valimento”, o verbo está no singular para concordar com o sujeito “Campo de Sant’Ana”.

e) Em “tinha os seus companheiros, e a sua fama de violeiro”, a vírgula é utilizada para separar sujeitos diferentes.

02. (UEL)

Sobre os recursos linguístico-semânticos empregados no texto, considere as afirmativas a seguir.

I - Em “mas, ali, sobretudo do Campo de Sant’Ana para baixo, o que era ele?”, trata-se de pergunta retórica, cuja resposta já se insere na pergunta.

II - A repetição do item lexical “subúrbio”, no início do trecho, empobrece a qualidade textual.

III - O trecho “tal e qual o bárbaro que viu, no Senado de Roma” contém um paradoxo proporcionado pela incompatibilidade temporal.

IV - A palavra “placards” está grifada em itálico no texto por se tratar de estrangeirismo, sendo hoje comum seu correlato em português.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

03. (UEL)

Acerca do trecho “em face da sofreguidão com que liam os placards dos jornais, tratando de assuntos cuja importância ele não avaliava”, considere as afirmativas a seguir.

I - O sujeito do verbo “liam” encontra-se na oração anterior “rapazes”.

II - O termo “ele” refere-se a Cassi Jones.

III - A expressão “em face da” equivale, semanticamente, à locução “em consequência de”.

IV - O termo “cuja” pode ser substituído pela expressão “a qual”, sem alteração de sentido.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

04. (UEL)

Leia o texto a seguir e responda às questões 4 e 5

“Tem uma frase boa que diz: uma língua é um dialeto com exércitos. Um idioma só morre se não tiver poder político”, explica Bruno L’Astorina, da Olimpíada Internacional de Linguística. E não dá para discordar. Basta pensar na infinidade de idiomas que existiam no Brasil (ou em toda América Latina) antes da chegada dos europeus – hoje são apenas 227 línguas vivas no país. Dominados, os índios perderam sua língua e cultura. O latim predominava na Europa até a queda do Império Romano. Sem poder, as fronteiras perderam força, os germânicos dividiram as cidades e, do latim, surgiram novos idiomas. Por outro lado, na Espanha, a poderosa região da Catalunha ainda mantém seu idioma vivo e luta contra o domínio do espanhol.

Não é à toa que esses povos insistem em cuidar de seus idiomas. Cada língua guarda os segredos e o jeito de pensar de seus falantes. “Quando um idioma morre, morre também a história. O melhor jeito de entender o sentimento de um escravo é pelas músicas deles”, diz Luana Vieira, da Olimpíada de Linguística. Veja pelo aimará, uma língua falada por mais de 2 milhões de pessoas da Cordilheira dos Andes. Nós gesticulamos para trás ao falar do passado. Esses povos fazem o contrário. “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”, explica.

CASTRO, Carol. Blá-blá-blá sem fim. Galileu, ed. 317, dez. 2017, p. 31.

Sobre as formas verbais sublinhadas no texto, assinale a alternativa correta

a) O uso da forma verbal “tiver” marca a eventualidade da ação no futuro.

b) O verbo “pensar”, flexionado no futuro do subjuntivo, funciona como objeto direto do verbo que o antecede.

c) O emprego de “predominava”, no pretérito mais que perfeito, se justifica pelo caráter transitório desse tempo verbal.

d) Em “perderam”, o tempo verbal utilizado é o mesmo de “gesticulamos”, no segundo parágrafo.

e) A forma verbal “mantém” está flexionada no plural, fenômeno confirmado pela acentuação.

05. (UEL)

Acerca de trechos do texto, considere os exemplos a seguir, quanto à presença de oração coordenada.

I. “os germânicos dividiram as cidades”.

II. “e luta contra o domínio do espanhol”.

III. “os índios perderam sua língua e cultura”.

IV. “em cuidar de seus idiomas”.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente os exemplos I e II são corretos.

b) Somente os exemplos I e IV são corretos.

c) Somente os exemplos III e IV são corretos.

d) Somente os exemplos I, II e III são corretos.

e) Somente os exemplos II, III e IV são corretos

06. (UEL)

O velho adormeceu, a mulher sentou-se à porta. Na sombra do seu descanso viu o sol vazar, lento rei das luzes. Pensou no dia e riu-se dos contrários: ela, cujo nascimento faltara nas datas, tinha já o seu fim marcado. Quando a lua começou a acender as árvores do mato ela inclinou-se e adormeceu. Sonhou dali para muito longe: vieram os filhos, os mortos e os vivos, a machamba encheu-se de produtos, os olhos a escorregarem no verde. O velho estava no centro, gravatado, contando as histórias, mentira quase todas. Estavam ali os todos, os filhos e os netos. Estava ali a vida a continuar-se, grávida de promessas. Naquela roda feliz, todos acreditavam na verdade dos velhos, todos tinham sempre razão, nenhuma mãe abria a sua carne para a morte. Os ruídos da manhã foram-na chamando para fora de si, ela negando abandonar aquele sonho, pediu com tanta devoção como pedira à vida que não lhe roubasse os filhos.

Procurou na penumbra o braço do marido para acrescentar força naquela tremura que sentia. Quando a sua mão encontrou o corpo do companheiro viu que estava frio, tão frio que parecia que, desta vez, ele adormecera longe dessa fogueira que ninguém nunca acendera.

(Adaptado de: COUTO, Mia. A fogueira. In: Vozes anoitecidas. São Paulo, Companhia das Letras, 2013. p. 25).

Acerca do trecho “O velho adormeceu, a mulher sentou-se à porta”, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o conectivo que pode ser inserido no lugar da vírgula, sem alterar o sentido original do período.

a) porém

b portanto

c) e

d) quando

e) visto que

07. (UEL)

Sobre a linguagem utilizada no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. O termo “vazar” está em desacordo com a linguagem formal apresentada ao longo do conto.

II. O significado do termo “machamba” consta do glossário da edição brasileira, pois está vinculado à linguagem coloquial do português falado no Brasil.

III. O termo “gravatado” indica o vestuário do marido, sem que isso signifique formalidade na linguagem empregada pelo narrador.

IV. A expressão “os todos” foi usada para enfatizar a presença, naquele momento, das pessoas que ela mais amava.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

08. (UEL)

No trecho, o final do conto é narrado, momento em que ocorre a morte de uma personagem. Considerando o trecho e o conto, assinale a alternativa correta.

a) O título do conto, “A fogueira”, é essencial para a compreensão do trecho, pois é a mulher que delira com a fogueira inicialmente.

b) Os filhos do casal assistiam sem piedade à condenação da mãe à morte imposta pelo pai.

c) É possível traçar uma comparação entre o velho e a fogueira de que trata o título, já que o velho manteve-se forte até o final da história.

d) A mulher mantém-se sempre esperançosa, resistindo, no desfecho do conto, ao fim que se anunciou em trechos anteriores.

e) O trecho é marcado pela mescla de sonho e realidade, assim como a fogueira que existe, embora se desconheça quem a acendeu.

09. (UEL)

Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram uma forma de diagnosticar e tratar o Mal de Alzheimer, doença degenerativa que mais afeta pessoas no mundo, especialmente na velhice. Em animais, o método interrompeu o processo de perda de funções do cérebro causado pela doença. A descoberta foi um dos destaques na revista Journal of Neuroscience, uma das principais publicações científicas. De acordo com reportagem do jornal O Globo, o alvo do estudo foram os astrócitos, tipo de célula cerebral considerada secundária até há alguns anos. Sem eles, as mensagens químicas que fazem o cérebro comandar o organismo não são enviadas.

As mensagens químicas são destruídas por uma substância inflamatória chamada oligômero ab e os pesquisadores descobriram que eles atacam os astrócitos. O resultado é que as células deixam de produzir uma substância essencial para a comunicação chamada TGF-b1, uma molécula que pode ser sintetizada e, quando dada aos camundongos, fez com que a memória deles voltasse. “O que descobrimos não significa a cura, mas uma estratégia para conter o avanço da doença. Também pode ser um indicador do Alzheimer, quando as perdas de função cognitiva ainda não são evidentes”, disse ao GLOBO a coordenadora do es tudo, Flavia Alcântara Gomes, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB/UFRJ).

(Disponível em: <https://br.noticias.yahoo.com/cientistas-brasilei ros-descobrem-maneira-de-deter-o-mal-de-alzheimer- 185422617.html>. Acesso em: 23 jun. 2017.)

Sobre os recursos linguístico-semânticos utilizados no texto, considere as afirmativas a seguir.

I- As aspas revelam o depoimento da pesquisadora e indicam o discurso direto.

II - As informações entre parênteses são indispensáveis, pois acrescentam dados imprescindíveis.

III - A palavra “quando”, destacada no texto, apresenta um sentido condicional.

IV - O termo “eles”, destacado no texto, concorda com a ideia de plural do seu referente.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

10. (UEL)

Tínhamos lutado em silêncio, sem que nada mais se ouvisse do que os encontrões pelo soalho. No corredor, entretanto, vimos Aristarco que chegava como em socorro. Bento Alves passou; imobilizou-o com o olhar sem vista, esgazeado, medonho, de quem acaba de perpetrar um homicídio e desapareceu, trôpego, manchado de pó, lábios inflamados, desordem nos cabelos.

Aristarco veio sobre mim. Que explicasse a briga! Eu estava como o adversário, empoeirado e sujo como de rolar sobre escarros.

Respondi-lhe com violência.

“Insolente”! rugiu o diretor. Com uma das mãos prendendo-me a blusa, a estalar os botões, com a outra pela nuca, ergueu-me ao ar e sacudiu. “Desgraçado! desgraçado, torço-te o pescoço! Bandalhozinho impudente!

Confessa-me tudo ou mato-te.”

Em vez de confessar, segurei-lhe o vigoroso bigode. Fervia-me ainda a excitação do primeiro combate; não podia olhar conveniências de respeito. Esperneei, contorci-me no espaço como um escorpião pisado. O diretor arremessou-me ao chão. E, modificando o tom, falou: “Sérgio! ousaste tocar-me!”

Fui primeiro tocado! repliquei fortemente.

– Criança! feriste um velho!

Reparei que havia no chão fios brancos de bigode.

Fui vilmente injuriado, disse.

Ah! meu filho, ferir a um mestre é como ferir ao próprio pai, e os parricidas serão malditos.

O tom comovido deste final inesperado impressionou-me até o íntimo d’alma. Estava vencido. Fiquei por um minuto horrorizado de mim mesmo. De volta do atordoamento, achei-me só no corredor. A saída dramática do diretor aumentou-me ainda remorsos. Houve uma reação de esforço moral e desatei nervosamente em pranto, chorei a valer, amparando-me ao peitoril de uma janela.

Contava certo com um castigo excepcional, uma cominação qualquer do célebre código do arbítrio, em artigo cujo grau mínimo fosse a expulsão solene.

Esperei um dia, dois dias, três: o castigo não veio. Soube que Bento Alves despedira-se do Ateneu na mesma tarde do extraordinário desvario. Acreditei algum tempo que a minha impunidade era um caso especial do afamado sistema das punições morais e que Aristarco delegara ao abutre da minha consciência o encargo da sua justiça e desafronta. Hoje penso diversamente: não valia a pena perder de uma vez dois pagadores prontos, só pela futilidade de uma ocorrência, desagradável, não se duvida, mas sem testemunhas.

O caso morreu em segredo de discrição, encontrando-nos eu e o diretor num conchavo bilateral de reserva, como se nada houvesse.

(POMPEIA, Raul. O Ateneu. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 200-202).

No segundo parágrafo do trecho transcrito, Sérgio apresenta-se como “empoeirado e sujo como de rolar sobre os escarros”. A sujeira do protagonista é física, portanto, o adjetivo tem o sentido denotativo. Contudo, a sensação de sujeira pode ser estendida a outras circunstâncias relacionadas ao trecho e ao romance.

Neste sentido, considere as afirmativas a seguir.

I - O reconhecimento de tratamento diferente aos dois alunos denota, no narrador-personagem, a percepção de que a administração agiu de forma suja.

II - Os remorsos de Sérgio e as reprimendas de Aristarco, após o episódio com o diretor, levam o protagonista a sentir-se sujo.

III - O sentimento de sujeira experimentado pelo protagonista está vinculado ao fato de imputar a culpa no episódio ao colega Bento Alves.

IV - O desconforto do protagonista aproxima-se da sensação de sujeira após as relações homossexuais praticadas com os colegas e descritas com detalhes no romance.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

11. (UEL)

Sentimental

Ponho-me a escrever teu nome com letras de macarrão.

No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados na mesa todos contemplam esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra, uma letra somente

para acabar teu nome!

Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! Eu estava sonhando...

E há em todas as consciências um cartaz amarelo:

“Neste país é proibido sonhar”.

Poema do jornal

O fato ainda não acabou de acontecer e já a mão nervosa do repórter

o transforma em notícia.

O marido está matando a mulher. A mulher ensanguentada grita.

Ladrões arrombam o cofre.

A polícia dissolve o meeting.

A pena escreve.

Vem da sala de linotipos a doce música mecânica. Poesia

Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever.

No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo.

Ele está cá dentro e não quer sair.

Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 35; 41; 45).

Sobre o nome da pessoa escrito com letras de macarrão e o cartaz amarelo, presentes em “Sentimental”, e a notícia e a doce música mecânica, citados em “Poema do jornal”, considere as afirmativas a seguir.

I - O nome da pessoa escrito com letras de macarrão e a doce música mecânica são demonstrações de que o espírito romântico podou os excessos modernistas.

II - A doce música mecânica é uma imagem que alivia as tensões proporcionadas pelo cartaz amarelo, indicando que o trânsito entre sonho e realidade nos dois poemas é invertido.

III - O cartaz amarelo e a notícia são evidências que contêm o reconhecimento de que a vida moderna é pontuada pela urgência do mundo real.

IV - A notícia está em desacordo com a atmosfera de devaneio experimentada no ato de escrever o nome da pessoa amada com letras de macarrão.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

12. (UEL)

Leia o texto a seguir e responda às questões 12, 13 e 14

La socialización del todo

¿Qué tan libres somos para opinar en las redes sociales? Cada vez que hacemos pública una opinión, nos exponemos a ser juzgados por los principios de lo políticamente correcto.

La nueva sensación de Internet se llama Sarahah. Consiste en una red social que incita a ser totalmente honestos con los amigos o compañeros de trabajo, ya que nos anima a hacer preguntas o comentarios en

los perfiles de los demás, diciendo lo que realmente pensamos o sentimos de los demás, aunque de manera anónima, es decir, quien recibe el comentario, jamás se enterará de quién lo escribió.

La aplicación me recordó a una práctica que un par de profesores nos aplicaron a los jóvenes bachilleres de los 90: todos en el grupo nos pegábamos una hoja de papel en blanco en la espalda con la intención de que, mientras escribíamos lo que realmente pensábamos en la espalda de otro compañero, alguien nos dejaba un mensaje bastante revelador, ya fuera de odio, admiración, amor, desprecio. Todo con la intención de saber cómo nos percibían los demás.

Sarahah va de lo mismo, hacer público lo privado, compartir un secreto para que los demás se enteren, aunque sea de forma anónima.

Ello tiene que ver con nuestra presencia digital y la forma en la que empezamos a socializar absolutamente todo lo que anteriormente era un acto privado e incluso íntimo: nuestra amistad se publica para que todos la vean e incluso intervengan; nuestros gustos musicales (incluidos los culposos) son públicos, nuestro álbum de fotos está abierto a la vista de cualquier curioso y el gusto de mirar una serie o ver un partido se convierte en un fenómeno de masas. Somos una sociedad cuyas plataformas de comunicación e interacción nos han vuelto exhibicionistas y voyeristas a la vez.

Esta necesidad de socializar digitalmente nuestra vida tiene varios efectos que van más allá, incluso, de nuestras relaciones electrónicas más cercanas. La razón es que se ha empezado a crear un sistema ético que empieza a regular lo que compartimos digitalmente en términos de lo políticamente correcto en combinación con la libertad de expresión ad infinitum, que nos permite opinar sobre el comportamiento de los demás y juzgarlos sumariamente sin consideraciones.

Supongamos que la chica A publica en sus redes sociales una fotografía de un modelo afroamericano diciendo que así le gustan los chicos. Su mejor amiga, la chica B, comenta que a ella “no le gustan los negros”. Listo,

los demás usuarios se enfrascarán en una serie de comentarios que van del racismo, a la exclusión, el colonialismo, la injusta distribución de la riqueza hasta los insultos sobre la apariencia física de la chica B en lo que originalmente se trataba de una conversación de chicas sobre sus gustos en chicos.

El punto es que aquella no era una conversación privada, era una conversación en un espacio público en la que cualquiera podría opinar, lo que no es necesariamente bueno o malo en sí mismo; el punto de quiebre llega cuando se juzga con principios éticos “universales” una opinión privada (aunque, paradójicamente, realizada en un espacio público). La ética digital basada en lo políticamente correcto, en lo moralmente aceptable, ha hecho que las redes sociales empiecen a crear un sistema de valores en las que cada vez es más difícil expresarnos de manera libre sin ofender a nadie.

Ello nos hace preguntarnos si de verdad en el mundo digital podemos expresarnos de forma libre, puesto que, si empezamos a limitar nuestras opiniones porque pueden ser ofensivas para un grupo en particular, entonces estamos siendo víctimas de una espiral del silencio digital. La ética de la vida digital es sumamente rígida y no perdona la disidencia. Y en cierta medida, todos nos hemos convertido en una especie de guardianes de dichos principios cada vez que detectamos un comportamiento que roza lo moralmente permitido.

Es el problema de la socialización del todo: si hacemos público lo privado, nos exponemos a ser juzgados con principios “universales”. No sabemos cuánto tiempo durará el furor de Sarahah, puede que sean un par de semanas, meses o años, sin embargo, llama la atención que una aplicación nos llame a ser honestos en tiempos en que la corrección política se ha metido hasta la última fibra de nuestra presencia digital.

Adaptado de www.forbes.com.mx

Assinale a alternativa que apresenta, de acordo com trecho do texto reproduzido a seguir, o significado correto da locução “el punto de quiebre”:

El punto es que aquella no era una conversación privada, era una conversación en un espacio público en la que cualquiera podría opinar, lo que no es necesariamente bueno o malo en sí mismo; el punto de quiebre llega cuando se juzga con principios éticos “universales” una opinión privada (aunque, paradójicamente, realizada en un espacio público).

a) aquilo que está em evidência.

b) aquilo que está no meio.

c) aquilo que está à altura.

d) aquilo que está em desacordo.

e) aquilo que está por trás.

13. (UEL)

Assinale a alternativa em que o artigo “lo” exerce, por si só, a função de pronome complemento de objeto direto na frase.

a) [...] diciendo lo que realmente pensamos [...].

b) [...] , jamás se enterará de quién lo escribió [...].

c) [...] hacer público lo privado [...].

d) [...] empieza a regular lo que compartimos [...].

e) [...] roza lo moralmente permitido [...].

14. (UEL)

Em relação ao texto, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.

( ) O aplicativo Sarahah fez que o autor do texto lembrasse uma experiência da época da escola que tinha como objetivo tornar público o privado.

( ) O anonimato dos comentários honestos e perguntas diretas que são feitas às pessoas por meio de Sarahah é garantido.

( ) Na prática escolar, o aluno escrevia nas costas do colega algo revelador enquanto alguém escrevia também alguma verdade sobre o primeiro.

( ) Tanto no aplicativo como na prática escolar, buscava-se descobrir como era a autopercepção dos participantes.

( ) Por meio do aplicativo e da prática escolar, os participantes tinham a oportunidade de compartilhar algum segredo com todos.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.

a) V, V, V, F, F.

b) V, V, F, V, F.

c) V, F, V, F, V.

d) F, F, V, V, F.

e) F, F, F, V, V.

CONFIRA O GABARITO COM AS RESPOSTAS DESTE SIMULADO

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