Explosão de casos de dengue no Paraná: entenda a situação atual
Cidades enfrentam epidemia de dengue e moradores resistem a adotarem medidas preventivas
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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Cidades enfrentam epidemia de dengue e moradores resistem a adotarem medidas preventivas
Folha de Londrina
O Paraná vive uma explosão de casos de dengue e várias cidades estão em alerta para a doença. Em Cambé e Apucarana, o atual estágio já é considerado uma epidemia. Entre agosto e dezembro do ano passado, por exemplo, foram 1.966 casos notificados e 202 confirmados. Em janeiro, que nem chegou ao final, já são 1.044 notificações, com 117 confirmações. Em 24 dias é mais que o dobro de doentes do que em cinco meses.
Anderson Marquini, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Coletiva de Cambé reconheceu que a proporção com que a dengue sobe na cidade é alarmante. O boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), publicado nesta semana, informou que houve uma morte na cidade em decorrência da doença. A vítima foi um homem de 82 anos.
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A secretaria municipal de Saúde vem realizando mutirões de limpeza e intensificado as vistorias nos imóveis para tentar “segurar” os índices. No entanto, a resistência de alguns moradores tem atrapalhado o trabalho. São pessoas que não permitem que o agente do Departamento de Vigilância entre nas residências para verificar se há larvas do Aedes aegypti, que transmite a dengue. Mas essa resistência não prejudica apenas os moradores do imóvel, mas as famílias que moram na vizinhança, pois o mosquito pode voar em um raio de até 100 metros de distância.
É importante que as pessoas deixem os agentes de saúde entrarem nas unidades residenciais e comércios justamente porque a maioria dos focos do Aedes aegypti está em bebedouros de animais, pneus, vasos de planta, tambores com água da chuva e material reciclável.
O Paraná tem 16.693 casos de dengue desde agosto do ano passado, com quatro óbitos. Ainda estão em investigação 14 mortes, incluindo Cambé e Apucarana. Somente nesta semana foram confirmados 3.911 novos registros de doentes. O período epidemiológico segue até o final de julho deste ano. Dos 399 municípios, 279 possuem casos positivos.
O Aedes aegypti foi considerado erradicado no Brasil em 1955 como resultado de medidas para acabar com a febre amarela. No final de 1960, o mosquito voltou a ser registrado no país e, com ele, a dengue. Em 1973, foi considerado erradicado novamente, mas a partir da década de 1980, o Aedes aegypti voltou pra ficar.
Por que, então, é tão difícil eliminar novamente a doença? Certamente porque a erradicação é cada vez mais desafiadora considerando fatores como condições climáticas favoráveis ao mosquito e a urbanização desordenada, além da dificuldade de implementar medidas preventivas que se tornem hábitos cotidianos para a população.
Apesar de atualmente existir vacina contra a dengue, o produto não está disponível em grande número na rede pública. Assim, hoje, para prevenir a dengue ainda é preciso dificultar ao máximo a proliferação do mosquito. Isso, consiste, principalmente, em evitar o acúmulo de água parada em casa.
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