Muito tem se falado sobre o ensino no Brasil, vez ou outra é motivo de debate acalorado entre políticos e profissionais do setor, sem, contudo, se chegar a conclusão nenhuma e, pior, sempre colocando este último em desvantagens sob quaisquer aspecto. Estamos convictos e é consenso geral que sem professor nenhuma outra profissão existiria, ou poderia existir prejudicada.

Urge uma demanda cada vez mais crescente de se investir com mais afinco nesta área tão menosprezada. Dias atrás assisti um debate no Canal Livre alguém dizer que, por ser um investimento de longo prazo, ou seja, o político que se embrenhar nesta causa não colherá nas urnas suas sementes, vai ficando pra depois. Até quando?

Bem, enquanto a iniciativa política vai adiando as coisas eis que surge como opção premente e factual o ensino EAD.

São várias pessoas formadas na área a custos baixos e acessíveis a uma classe mais carente e, porque não, até os mais abastados tem se valido deste recurso visto a disponibilidade de horário e urgência em se formar em alguma área especifica em sua ocupação.

Entre 2011 e 2021, o número de ingressantes em cursos superiores de graduação, na modalidade de educação a distância (EaD), aumentou 474%. No mesmo período, a quantidade de ingressantes em cursos presenciais diminuiu 23,4%. Se, em 2011, os ingressos por meio de EaD correspondiam a 18,4% do total, em 2021, esse percentual chegou a 62,8%. Os dados, que refletem a expansão do ensino à distância no Brasil fazem parte dos resultados do Censo da Educação Superior 2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Ministério da Educação (MEC).

Esta aí não a solução definitiva, mas uma excelente alternativa, viável e factível!

Que tal o governo, entidades e profissionais afins se empenharem e olharem com bons olhos para esta área?

Uma das coisas seria uma fiscalização mais rigorosa, digo isto porque invariavelmente vemos cursos cooptando alunos a qualquer preço, pondo em risco a segurança e seriedade do ensino, o MEC já faz um excelente trabalho fiscalizador, mas deveria ser um pouco mais abrangente neste quesito

Enfim, Dados do Censo da Educação Superior 2018 apontam que, dos estudantes ingressos em 2010, 56,8% desistiram do curso – só 37,9% concluíram os estudos. Outros 5,3% continuavam na graduação após 6 anos. O recorte vai até 2016 (MEC). Uma forma de desentupir este gargalo seria um incentivo maior no EAD, jovens e adultos dos mais variados rincões deste país devem e podem ter acesso ao ensino superior, é um direito!

Lembro-me que em uma viagem à Amazônia, o barco catamarã em que eu estava atracou em um pequeno vilarejo ribeirinho, vi uma adolescente na beira do rio e comecei a conversar com ela, perguntei, o que ela esperava do futuro? Olhou-me com seu olhos verdes cintilantes pelo sol e me disse: “quero ser médica”! Confesso que sai dali preocupado, como ela vai conseguir? Sei que vai, a duras penas, mas, vai. Óbvio que com a ajuda do Estado e havendo condições favoráveis fica muito factível seu sonho. Quantas outras crianças iguais a ela por ai afora!

O EAD veia para ficar, e melhorar e alcançar os não alcançados pela nossa educação.

Com qualidade e justiça

Moás Lourenço de Albuquerque, gestor do polo da UNIFIL na Zona Norte de Londrina

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