Fim da agonia, terminou a novela: o Londrina E.C. está rebaixado para a 3ª divisão do Brasileirão. Uma campanha horrorosa marcou a presença do nosso time no cenário futebolístico do país, neste ano. Em nível estadual, ficamos a 1 ponto do descenso no Paranaense e na Série B, na penúltima colocação.

Os números do pífio desempenho da equipe ficaram muito distante da expectativa e das tradições do nosso glorioso alviceleste, uma vergonha histórica! Faltando ainda dois jogos para encerrar a temporada, os dados do vexame de 2023 são esses: 64 jogadores contratados, 8 técnicos, 26 derrotas (5 no estadual+20 no nacional+1 na Copa do Brasil), míseras 8 vitórias (2 no estadual+6 no nacional), a defesa mais vazada do Brasileirão B e o segundo pior colocado em público no estádio (média de 950 pessoas por jogo).

Tudo isso é fruto da ausência total de planejamento do gestor-investidor, da sua opção por jogadores baratos, de baixa performance técnica e da falta de investimentos, compromissos tácitos, tais, esperados para o sucesso da parceria.

As mal elaboradas e fracassadas campanhas de sócio torcedor, os blefes sobre as promessas de brigar por uma vaga na elite do futebol brasileiro (Série A) e a falta de empatia com a torcida se constituem em erros e equívocos, que cada vez mais minam a credibilidade do gestor.

A falta de investimentos, a apatia na administração do futebol e o visível desinteresse em explorar um filão potencialmente promissor do futebol regional também são fatores que estão nos apequenando no cenário esportivo nacional. E, assim, o nosso calendário futebolístico vai se minguando. Além do recente e melancólico rebaixamento para a Série C, o segundo nos últimos quatro anos, já não temos mais vaga na Copa do Brasil e, agora, a parceira acaba de anunciar que abriu mão da disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Um lastimável desrespeito com o torcedor londrinense.

Não se pode negar que a SM Sports teve grande importância na vida do Tubarão; foram significativas conquistas em campo que, por outro lado, renderam expressivo lucro financeiro para o seu gestor-investidor. Todavia, nesses três anos pós renovação do contrato da parceria, a qualidade das equipes montadas vem caindo a cada temporada. Nessa que ora se finda, a gestão atingiu o ápice do amadorismo, sem sombra de dúvidas.

A derrota por goleada em Nova Mutum, que nos eliminou prematuramente da Copa do Brasil logo no início do ano, foi um prenúncio do desastre administrativo que estava por vir. A predisposição da SM Sports em reduzir investimentos e a impassibilidade do seu gestor ficaram claramente evidenciados.

O torcedor não suporta mais tamanho desdém do responsável direto pelo futebol do Tubarão. Chega de passar vergonha; constantemente estamos sendo motivo de chacotas na imprensa nacional. É preciso sacudir esse marasmo que abateu sobre o nosso glorioso alviceleste. Não podemos ficar à mercê dessas desventuras e de quem subestima a sua linda história nesses 67 anos de existência.

Há de se mudar esse quadro de desalento e derrotismo. Londrina, que é atrativa para investidores com visão acurada em tantas atividades empresariais, também assim pode ser no futebol. É preciso romper os grilhões da mesmice, da inércia, das ideias arcaicas e, principalmente, do cabresto do atraso.

Ludinei Picelli, administrador de empresas e sócio do Londrina E. C. há 48 anos.

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