Tempos atrás estiveram aqui em Londrina empresários ligados ao complexo Arena BRB, que envolve o Estádio Mané Garrincha e o Ginásio Esportivo Nilson Nelson, ambos instalados no coração de Brasília. Os investidores visitaram o conjunto Estádio do Café/Autódromo/Kartódromo e se reuniram na Associação Comercial de Londrina, onde também participaram membros da crônica esportiva local e representantes do executivo municipal. Os visitantes saíram daqui com uma impressão positiva a respeito do que viram, muito especialmente com a pujança e as potencialidades da cidade e região. Como o assunto não foi muito divulgado, não se tem notícia do seu desfecho, em termos de propostas ou qualquer outro tipo de entendimento.

Todavia, independente do que foi tratado nesse encontro, ou deixou de ser, o manifesto interesse dos brasilienses sinaliza que o nosso maior bloco esportivo tem despertado a atenção de investidores destacados nacionalmente. Como é sobejamente sabido, há muito tempo os recursos financeiros destinados a esses próprios municipais são ínfimos, muito aquém das suas necessidades de conservação. O resultado desses pífios aportes aplicados é um incipiente sucateamento dessas praças esportivas. Por uma série de razões, a prefeitura tem deixado transparecer que melhorias significativas naqueles bens públicos são de baixa prioridade.

Entretanto, numa visão otimista, podemos assegurar que o Autódromo Ayrton Senna e o Estádio do Café têm um elevado potencial que os credenciam a receber grandes eventos, tanto esportivos, como shows musicais e espetáculos de outras naturezas. Por exemplo, atualmente no Paraná só existem dois autódromos para receberem competições nacionais e internacionais; Londrina e Cascavel são os únicos habilitados para eventos dessa grandeza. Portanto, é um importante filão a ser explorado, com excelente retorno financeiro, se organizado e melhor estruturado.

Com relação ao Estádio do Café, provavelmente voltará a ser palco de grandes lotações de público a médio prazo. Quem não se lembra das épicas jornadas com 30, 40 e até 54 mil pessoas ao longo da sua história? Isso avaliza um melhor aproveitamento do estádio, se receber importantes investimentos. Atualmente temos na pessoa do proprietário da SAF do Londrina EC, um grande investidor na cidade. Pela rede de clubes que está montando em torno do Tubarão, ele demonstra muita perspicácia, o que sinaliza a possibilidade do nosso alviceleste voltar brevemente ao grupo seleto dos quarenta melhores clubes do futebol brasileiro.

Tudo isso mostra que temos um negócio bastante atrativo a ser explorado em Londrina. As estruturas envolvidas, num possível projeto mais arrojado para esses equipamentos esportivos, pertencem à municipalidade londrinense. Todavia, para se obter resultados mais expressivos, tanto no sentido chamativo, como de lucratividade, essas instalações têm que ser administradas pela iniciativa privada, porque o nosso poder público municipal não tem fôlego financeiro e nem 'know how' para alcançar o sucesso que o empreendimento pode proporcionar.

Contudo, é preciso 'pensar grande'. Assim, nada melhor do que o dono da SAF/LEC para abraçar essa causa, já que é o principal interessado num estádio como o Café, remodelado e bem estruturado para abrigar grandes públicos. Experiente em investimentos de porte, o Sr. Guilherme Bellintani tem credenciais para buscar novos sócios e aproveitar o potencial desse complexo esportivo situado em Londrina, mas que abrange uma população regional interessada nesses eventos, de aproximadamente 2 milhões de habitantes, orbitando em torno dele.

Ludinei Picelli - administrador de empresas e Jurandir Barrozo - empresário


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