ESPAÇO ABERTO: Não é estresse, é burnout
O Brasil é o segundo país com o maior número de casos de burnout no mundo, segundo estudo da Universidade Federal Fluminense
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 10 de janeiro de 2024
O Brasil é o segundo país com o maior número de casos de burnout no mundo, segundo estudo da Universidade Federal Fluminense
Cristina Navalon
Em um mundo cada vez mais acelerado, onde as demandas pessoais e profissionais parecem se multiplicar diariamente, surgem doenças psicossomáticas que atrapalham o desenvolvimento humano. Por isso, no mês da consciência sobre a saúde mental, o Janeiro Branco, emerge um grito de alerta sobre a síndrome de Burnout. Um dos principais problemas de saúde mental contemporâneo, sobretudo mediante a pressões e sobrecargas no ambiente de trabalho.
Caracterizada pela exaustão física, emocional e mental devido ao estresse no trabalho, essa condição afeta diretamente o bem-estar do indivíduo, e pode impactar nas suas relações interpessoais e profissionais. Um estudo divulgado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) revelou que o Brasil é o segundo país com o maior número de casos de burnout no mundo. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde reconheceu os efeitos do estresse crônico como uma doença ocupacional, ou seja, que se manifesta em decorrência do trabalho.
Mas a síndrome não é apenas resultado de quem trabalha demais; muitas vezes é alimentado por uma série de fatores, como sobrecarga de responsabilidade, descontrole sobre o trabalho, ambiente pouco saudável, falta de apoio social e expetativas irreais. Diante disso, é preciso ter em mente que nenhum trabalho pode sobrepujar a saúde mental, e as organizações e colaboradores devem se unir para prevenir essa realidade, antes que seja tarde demais.
Por isso, um dos maiores debates atualmente é como as empresas podem atuar para a prevenção destes casos – e a resposta é mais simples do que parece. Ao criar um ambiente inclusivo e aberto para discussões, o funcionário pode se sentir mais motivado e engajado. Além disso, utilizar estratégias para diminuir o peso da rotina, como dividir tarefas, fazer reuniões de feedbacks com as equipes e apoio psicológico podem transformar a produção das instituições, e melhorar a qualidade de vida de seus funcionários.
Para os colaboradores, é preciso praticar o autocuidado, priorizando sempre o bem-estar físico e emocional. Manter uma alimentação saudável e realizar atividades físicas auxiliam nesse processo, além de criar uma rotina mais flexível e equilibrada. O burnout é mais do que uma simples sensação de esgotamento; é um sintoma de um sistema que precisa de revisão e mudança, onde possamos reverter essa tendência e promover um ambiente profissional mais saudável.
Cristina Navalon, psicóloga com formação pela Universidade Metodista de São Paulo com especialização em Psicanálise do Adolescente, Psicossomática e Doenças Mentais.
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