Maria não é qualquer mãe. Maria é mãe de Jesus Cristo, o Salvador. Aquele que é o motivo de tantos cristãos terem fé e motivos para crer. Assim, Maria se torna mais que a mãe do Filho de Deus, mas, sobretudo, Maria é mãe do próprio Deus. Afinal, todos nós cristãos acreditamos que Jesus é Deus. Nesse sentido, Maria é venerada como nossa conexão e ligação com Jesus, tornando-se, nesse sentido, intercessora junto a seu filho, tal qual foi nas bodas de Caná, onde Jesus realizou seu primeiro milagre.

Nesta semana, no entanto, celebramos uma das manifestações mais singelas e importantes de Maria: Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Em Londrina, o Santuário dedicado a ela, na Vila Nova, já ultrapassou sua dimensão arquidiocesana, extrapolando as fronteiras físicas da Arquidiocese de Londrina, chegando a outras dioceses, a todo o Paraná, ao interior de São Paulo e a tantos outros lugares desse Brasil. Afinal, a fé em Deus e em Nossa Senhora Aparecida, de fato, não se limita geograficamente.

Ao prepararmos a Festa da Padroeira 2023, escolhemos como tema “Maria, corresponsável da missão, para a unidade da Igreja”, justamente porque, sendo mãe de Jesus, filho de Deus e próprio Deus como segunda pessoa da Santíssima Trindade, foi ela quem o impulsionou no primeiro milagre, ou seja, no início da missão e da vida pública de Cristo. Além do que, obviamente, Maria esteve presente o tempo todo, oferecendo apoio e oração para que Jesus pudesse realizar a missão que Deus lhe havia confiado.

Entretanto, Maria assume uma outra grande missão, tornando-a a inda mais corresponsável pela unidade da Igreja, de modo especial nos primórdios do cristianismo. À beira da morte, pregado na cruz, Jesus vira-se para Maria, apontando para seu discípulo João e diz: “Mulher, eis aí teu filho”. Do mesmo modo, virou-se para o discípulo amado e entregou sua mãe a ele: “Eis aí tua mãe”. Esse gesto de Jesus transforma Maria em mãe de todos os filhos de Deus. Maria é mãe de toda a humanidade. Não apenas dos católicos ou dos cristãos que creem nela. Pelo contrário, de todos, inclusive dos filhos que a renegam ou daqueles que não a conhecem.

Assim, Maria, como mãe de todos, é o fio condutor da unidade da Igreja. É ela que se fez presente nas primeiras reuniões dos apóstolos logo após a morte e a ressurreição de Jesus. E é ela quem se faz presente até os dias de hoje na vida dos filhos que lhe rogam a intercessão de um milagre. Portanto, como padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida é a mãe de todos os filhos e filhas, de todos os brasileiros e brasileiras, de modo especial aqueles que mais necessitam. E o Santuário, localizado na Vila Nova, sendo a casa da Mãe Padroeira, torna-se, também, a casa de todos os seus filhos.

É no Santuário que recebemos tantos filhos e filhas vindos em peregrinação, em prece, pedido ou agradecimento. Aqui na Casa da Mãe Padroeira recebemos e acolhemos todos os filhos e filhas que vêm em busca de um colo de mãe, de uma orientação, de um conselho. Maria continua sendo nossa referência materna, nosso exemplo de unidade. Como Igreja, precisamos nos espelhar em seu exemplo: acolher a todos, sem distinção; incentivar, impulsionar e apoiar aqueles que saem em missão, sendo, assim também, corresponsáveis na missão; e, sobretudo, amar incondicionalmente todos os filhos e filhas de Deus.

Dessa maneira, a Casa da Mãe Padroeira está aberta aos fieis, filhos e filhas de Deus, para que participem conosco dos momentos de fé, oração e devoção. Venham de onde vierem, estejam onde estiverem. O importante é sentir-se em casa, sentir-se filho ou filha de Deus. Sentir-se acolhido (a). Sentir-se em casa para pedir ou agradecer. Neste ano, queremos que todos assumam, de fato, a relação filial com Maria, com Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

Padre Rodolfo Trisltz é pároco e reitor do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nova em Londrina.

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