Ser imparcial é ser neutro, equitativo, justo, não sacrificar a verdade ou a justiça frente a considerações particulares. Uma palavra que vem do latim, partialis ou pars, que significa divisível. Atitude sempre tomada por corajosos e justos, nunca por covardes. Ser imparcial é adotar uma conduta ou uma ação de concordância social e, não, de acordo com algum interesse parcial dos indivíduos. Ser parcial significa escolher um lado em uma situação, ao passo que ser imparcial significa não escolher lados e, assim, mesmo que se tenha uma opinião sobre o assunto, quando se fala sobre ele, esta opinião não está presente. Atitude de grandes estadistas destemidos, se manter neutro, sem defender nenhum dos lados que compõem um determinado contexto. Ser parcial é uma atitude que seria somente praticado por bisonhos.

Desenvolver a imparcialidade e praticar a empatia: colocar-se no lugar do outro ajuda a garantir um clima organizacional mais justo; praticar a ética, quando você é ético, é mais difícil cometer atos e julgamentos injustos; saber controlar as emoções, isto o torna mais seguro, evita atitudes descontroladas e desonestas. Na filosofia a imparcialidade implica que, do ponto de vista da ética, o agente deve considerar os interesses de todos os afetados em sua decisão.

LEIA TAMBÉM:

Prejulgamento ou pré-julgamento

Vimos no Brasil, há poucas semanas, uma das maiores manifestações de imparcialidade na história do país. A indicação do advogado Cristiano Zanin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, pelo atual presidente da república. Aliás, o atual presidente sempre demonstrando atitudes maduras, coerentes e imparciais desde que saiu da prisão em Curitiba. Preso dentro do maior contexto de injustiça já praticado pela justiça brasileira. Afinal, o único ponto perdido pelo mandatário é o fato, que ele mesmo confessou em rede nacional: “Eu minto muito”. Se não fosse por isso, ele seria mesmo tão honesto como Jesus Cristo. Aliás como ele próprio se autodenomina, ou seja, como a pessoa mais honesta neste país como já repetiu inúmeras vezes.

As investigações que apontam pagamentos em dinheiro, depósitos bancários e imóveis para o presidente são “ilações”. As três mil evidências, 13 casos e 80 milhões em propinas do cartel do petrolão são somente ilações. Um sujeito muito injustiçado.

O fato dele tentar resolver a guerra da Rússia, mostra a incompetência de poucos assessores em mostrar que nas grandes cidades brasileiras morrem mais gente pelo crime organizado do que pelas guerras. Outro fato, além do mandatário ajudar a Argentina e Venezuela, é ainda não estar informado que no Brasil 21 milhões de pessoas não comem todos os dias, que o Brasil ocupa o 53º lugar em educação entre os 65 avaliados pelo programa internacional de avaliação de educação. E talvez possa pensar que, como não estudou e chegou a presidência, ele queira ajudar parte da população a chegar ao sucesso.

Mas voltemos a imparcialidade quanto a Zanim: examinemos suas qualificações. A própria Constituição Federal, em seu artigo 93, estabeleceu os requisitos para quem almeja a carreira: Ingresso mediante avaliação de provas e títulos; anos de atividade na área. Exige-se que seja eticamente independente e que não interfira, de qualquer modo, na atuação jurisdicional de outro colega exceto em respeito às normas legais. Um juiz traduz o compromisso institucional com excelência na prestação de valores e visa fortalecer a legitimidade do poder judiciário. E é claro que o presidente observou de longe tudo isso na carreira do citado, para colocá-lo em tal cargo, embora o pobre homem tenha o risco de um soldo sinóptico e vai ser pouco assessorado para tal árdua tarefa.

Nos arredores da presidência só me dá pena do salário da Dilma, 290 mil. Se jogasse bola poderia estar ganhando 1 milhão por dia, como Neymar.

Nelio Roberto dos Reis, professor universitário, doutor em Ciências pelo Inpa.

Os artigos, cartas e comentários publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina, que os reproduz em exercício da sua atividade jornalística e diante da liberdade de expressão e comunicação que lhes são inerentes.

COMO PARTICIPAR| Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. As cartas devem ter no máximo 700 caracteres e vir acompanhadas de nome completo, RG, endereço, cidade, telefone e profissão ou ocupação.| As opiniões poderão ser resumidas pelo jornal. | ENVIE PARA [email protected]