Domingo, dia oito, ficará nos anais inglórios da história recente brasileira. Marcará o dia em que o bolsonarismo radical tropeçou na rampa do Congresso e caiu para sempre na lixeira da história. Acabou! Um movimento de extrema direita, que usando de todas as artimanhas e truques tolerados pelo sistema democrático que combatia, se configurou para ser alternativa ao poder e acabou se revelando nada mais do que um terrorismo, cuja punição é legalmente prevista na Constituição.

Será lembrado como um domingo de blasfêmias contra os maiores símbolos do poder nacional. As caravanas que se dirigiram a Brasília tiveram o caminho asfaltado e sinalizado pela conivência, inoperância e incompetência de autoridades.

No final, todos ficaram reféns de um grupo de bandidos e terroristas que embrulhados em bandeiras do Brasil ultrajaram e enxovalharam a própria nação. Vermes, locomovendo-se sobre duas pernas, manipulados por idealizadores e financiadores, que com certeza os observavam recostados em seus cadeirões e fumando quiçá, seu charuto!

O bolsonarismo conheceu seu réquiem neste final de semana e será enterrado nos próximos meses! Foi o maior tiro no pé já visto. Acabou se auto destruindo numa atitude autofágica partindo para o lado obscuro do crime. Aguardemos para ver até que ponto nós levamos a semelhança com a invasão do Capitólio para o mesmo patamar da investigação americana.

É indizível o que um brasileiro normal sentiu vendo o estupro do Plenário do Supremo. Uma cadeira com o brasão da República jogada fora é metáfora da baixeza do ignóbil deste domingo. Mas nada se compara ao impacto de acompanhar o presidente Lula caminhando entre os escombros do Planalto. Assim encontrou o país! O Brasil não pode se curvar ao terrorismo, que ao invadir as três principais Instituições quis esfaquear mortalmente a democracia.

Houve outrossim, um passe livre para a delinquência elaborada nos últimos dois meses, denunciando a incompetência das Instituições competentes! Nem no tempo da ditadura se viu um atentado tão grave contra o Estado. Mesas arremessadas pela rampa do Planalto expõem o prejuízo material, que acaba sendo ínfimo, perante o impacto simbólico da invasão bárbara.

O assalto terrorista a Brasília causou ao bolsonarismo um estrago que nenhuma atitude insana do seu líder jamais conseguiu: a derrocada total dessa ideologia fascista! Ouvi de certo simpatizante que uma manifestação ilegal como esta mata mais do que uma derrota dolorida! Por seu lado, a condenação imediata de inúmeros líderes mundiais, deixa claro e revela o quanto esse grupelho está na contramão da história, resvalando velozmente para o lixo dela mesma.

O Brasil teve na cena lastimável da polícia escoltando os criminosos até a Praça dos Três Poderes o tom de uma partitura que não pode ser tocada em ambiente de estabilidade democrática. Que fique também registrado para a geração futura que essa gente foi alimentada com tolerância antidemocrática nas portas dos quartéis. Bom lembrar, inclusive, que há dois anos nos Estados Unidos, um Trump desesperado assistia de camarote à invasão do Capitólio e muitos garantem que a estimulava!

Convenhamos que o verdadeiro criminoso que instigou e estimulou com mensagens explícitas e algumas covardemente dúbias, chama-se Jair Messias Bolsonaro. Em momento algum ele desestimulou esse tipo de atos vândalos, ou se conformou com uma derrota democrática das urnas, passando esse descontentamento para os seus fiéis asseclas.

Observo finalmente, o surgimento de um país unindo-se em torno do que ele significa como nação livre e democrata. A carroça avança e os cachorros latem! Podem latir e atacar com o ódio que lhe é inerente. A democracia vencerá.

Padre Manuel Joaquim R dos Santos, Arquidiocese de Londrina

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