Se Bolsonaro se especializou em cometer gafes nacionais, promovendo indelicadezas com o seu próprio povo, tendo também surfado em algumas indiscrições internacionais, Lula se aprimorou em trapalhadas diplomáticas, desconhecimento de história geral e intromissões dispensáveis em conflitos bélicos, onde a nossa influência de solução é irrelevante; um apedeuta nos envergonhando mundo a fora.

De um lado, o ex-presidente maltratou os brasileiros quando deixou de abraçar o povo e solidarizar-se com aqueles que sentiam na pele os efeitos nefastos da pandemia que nos assolou num passado recente. No 'cercadinho do Alvorada', em Brasília, proferiu pronunciamentos infames, provocou atritos com a imprensa e até promoveu odiosas zombarias com quem lhe instasse por providências.

Em nível internacional, foi abraçar o ditador russo, Vladimir Putin, às vésperas da invasão militar da Rússia à Ucrânia e, na mesma viagem, visitou outro extremista, o líder autocrata húngaro, Viktor Orbán, no poder há 14 anos.

Sempre se vangloriando perante a vários mandatários de países desenvolvidos por recusar a se vacinar contra a Covid e não usar a máscara obrigatória, em uma visita oficial a Nova York teve que comer pizza nas calçadas da rua, pois foi proibido de entrar em restaurantes por não apresentar o comprovante de vacinação; um vexame sem precedentes que virou chacota e repercutiu negativamente no exterior.

Doutro lado, o nosso atual chefe de Estado segue na sua caminhada de pretenso 'Nobel da Paz', num interminável roteiro de viagens ao redor do mundo, intrometendo-se em conflagrações de raízes seculares, na tentativa de se firmar como um grande líder internacional. No entanto, a sua imagem desgastada pelos acontecimentos ardilosos em seus governos anteriores o faz colecionar seguidos fracassos. É um desastre diplomático atrás do outro, chegando ao cúmulo de querer nos fazer crer que na Venezuela, do tirano Maduro, vigora uma plena democracia.

Em outras oportunidades, em trapalhadas desconcertante e perturbadoras, ele culpou a Ucrânia pela guerra contra Rússia e, mais recentemente, tocou num episódio ultra sensível para os israelenses, fazendo comparações absurdas, próprias de quem desconhece a história de uma das maiores tragédias da humanidade. No primeiro caso, teve que se desdizer para "consertar" a sua inépcia, gerando grande constrangimento para a diplomacia brasileira. No segundo episódio, o estrago diplomático está sendo bem maior, com ameaças de rupturas no relacionamento entre os dois países.

Os detentores de mandatos sempre devem manter a serenidade, a finesse e a diplomacia em seus discursos protocolares, principalmente quando estão representando o seu país perante outras nações em visitas oficiais, reuniões de cúpulas mundiais e solenidades afins.

Todavia, o atual presidente sempre foi useiro e vezeiro em transformar tribunas solenes em palanques eleitorais, falando de improviso, com retóricas inflamadas, como estivesse se dirigindo à sua claque de adeptos desinformados. Daí, comete erros grotescos e incontornáveis, porque nem sempre domina o assunto que aborda. Lamentável.

Ludinei Picelli, administrador de empresas

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