Dizem que a história das eleições no Brasil começou de fato em 1532 na vila de São Vicente em São Paulo, quando os moradores locais escolheram o conselho municipal da cidade. A eleição foi indireta e era proibida a presença de autoridades no local para evitar a intimidação das pessoas. Mas foi só em 1821 que as pessoas deixaram de votar apenas no contexto municipal. Nessa ocasião, os eleitores eram apenas os homens livres, os analfabetos podiam votar, não existiam partidos políticos e o voto não era secreto.

O presidente eleito Tancredo Neves
O presidente eleito Tancredo Neves | Foto: Moreira Mariz/Folhapress

Na década de 30, com a queda da Bolsa de Nova York, o Brasil entrou numa crise sem precedentes por causa da exportação do nosso maior produto, o café. O país perdia o seu maior mercado consumidor. Tudo isso acabou fazendo com que a mulher passasse a ter uma maior participação no mercado de trabalho o que acabou auxiliando na sua participação através do voto. Foi também nesse período que o voto passou a ser secreto.

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Entretanto, somente em 1955 a Justiça Eleitoral encarregou-se de produzir as cédulas eleitorais, a fim de evitar fraudes, além de exigir o título com foto. Mais tarde, com o golpe militar de 64, ficou proibido o voto direto para a presidência da República e o Brasil amargou vários anos sem que os seus cidadãos pudessem exercer o seu direito à cidadania.

Em 1984, o movimento Diretas Já levou milhares de pessoas às ruas para a volta das eleições diretas para presidente. A escolha de Tancredo Neves, em 1985, para presidente, animou a população e marcou o fim do regime militar e o início do período de redemocratização do País. Mas foi só em 1989 que o brasileiro voltou a escolher o presidente da República pelo voto direto. O país estava finalmente caminhando em direção à democracia!

Armar o brasileiro

A década de 90 surgiu com um grande avanço para a história eleitoral brasileira: as urnas eletrônicas. Elas passaram a ser utilizadas em 1996 e em 2000 já estavam por todo país, trazendo mais confiança e credibilidade ao processo eleitoral, além de agilizar a apuração dos votos e reduzir muito as fraudes que eram constantes. Atualmente, após novos ajustes, as urnas se modernizaram e ganharam scanner para identificação de digitais e leitor biométrico. Por causa desses avanços, o sistema eleitoral brasileiro é considerado um dos mais avançados e seguros do mundo!

Por isso, falar sobre eleição é falar sobre a nossa história que vai se consolidando a cada pleito. Entre erros e acertos, vamos construindo a nossa trajetória rumo a uma democracia plena e inclusiva. O momento que se aproxima é de suma importância para o nosso país! Votar é um direto que foi adquirido como resultado de muitas lutas! Foram homens e mulheres que sonharam com um país melhor para todos, mais justo, mais tolerante, mais plural! A nossa história ainda está sendo escrita e mais um capítulo será iniciado no próximo domingo. Como diriam os romanos: “Alea jacta est” ou a sorte está lançada!

Maristela R. S. Gripp é doutora em Estudos Linguísticos e Professora do curso de Letras do Centro Universitário Internacional – Uninter

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