Em uma guerra, a primeira a morrer é a verdade, já disse o poeta. Escolas que pouco ensinam, servindo de cenário para brigas, hospitais lotados de pessoas esperando por horas e horas, a falta de água tratada, de esgoto, a violência em cada esquina, balas perdidas achando inocentes, as casas e carros sendo invadidos nas cidades, brigas com barras de ferro, pedaço de paus, milhares de pessoas armadas até os dentes, mortes por insignificâncias, o amor esfriando, crianças jogadas no lixo, mulheres espancadas, estupradas e mortas; velhos ignorados, racismo estrutural, um país com as leis também cambaleantes. Um cenário dantesco, assim como descreveu Dante. A cada dia a guerra parece se prolongar com muitos inocentemente pedindo "justiça" com faixas que não levam a nada e de outro lado os oligarcas com os bolsos cheios, seguros em seus castelos, na ilha da fantasia, na distante Brasisland, carros blindados, álcool em gel para se limparem depois de ter contato obrigatório com a ralé, em tempo de eleição, eles estão tranquilos, vida boa, bebidas finas, só o melhor, com o discurso na ponta da língua para passar a lábia no povo inocente e cordeiro. Parece a Ucrânia, todavia a diferença do povo brasileiro e do povo ucraniano é que lá eles sabem que estão em guerra e aqui nos enganamos dizendo que o Brasil é um país de "ordem e progresso". A pior guerra é a guerra não declarada.

Manoel José Rodrigues (assistente administrativo) Alvorada do Sul

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