No calendário da saúde, estamos também no Novembro Verde, o mês da Homeopatia, escolhido em alusão à comemoração ao Dia Nacional da Homeopatia, celebrado no dia 21. Data que marca a chegada da Homeopatia no Brasil pelas mãos do homeopata francês Dr Bonoît Mure, em 1840. Esta especialidade médica, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina na década de 1980, tem, portanto, 183 anos de história no Brasil.

A Homeopatia é um método terapêutico baseado em conceitos bastante distintos da medicina clássica. Seu princípio fundamental é o conceito de cura pelo semelhante, em que temos Homeo = semelhante e Phatos = sofrimento. O objeto da atenção está no paciente, ou melhor, no ser humano que se apresenta enfermo e não na doença.

Nós, os médicos homeopatas, trabalhamos com o conceito de energia vital, que seria a responsável pela homeostase do organismo. A aplicação da Homeopatia implica em uma visão individualizada do ser humano. Por meio de uma anamnese bastante detalhada, passamos à seleção do medicamento mais adequado, o medicamento mais semelhante ao estado patológico que o paciente apresenta.

Este medicamento apresenta algumas caraterísticas especificas. Suas propriedades curativas são estabelecidas por um método de pesquisa denominado `Experimentação no homem são´. A sua escolha respeita o princípio da Similitude, ou seja, ele terá uma semelhança com o processo patológico que o enfermo apresenta. Sua administração deverá respeitar o ´princípio das doses mínimas´: diluição em doses infinitesimais e dinamizadas. E, finalmente, o conceito de `medicamento único´: um medicamento de cada vez, para explorarmos todo o potencial curativo deste medicamento.

Muitos são os críticos desta especialidade médica. Ou pela falta de informações assertivas ou por uma visão obtusa de vida. Ou ainda, pelo pior dos sentimentos: o preconceito que tanto mal faz à sociedade. O médico Samuel Hahnemann, o artífice da Homeopatia, no parágrafo 6 de sua obra Organon a Arte de Curar, nos ensina que “ o médico é um observador sem preconceitos que conhece a futilidade das especulações transcedentais ...”.

A Homeopatia é acusada por muitos de ser um placebo, então, como médico homeopata posso afirmar: bendito placebo que nos ensina a olhar nos olhos do ser humano enfermo, procurando o que está causando seu sofrimento, entendendo sua súplica por ajuda; bendito placebo que nos ensina a ouvir o que o ser humano enfermo nos diz e nos ensina a ouvir as palavras não ditas; bendito placebo que nos ensina a usar nossas mãos para examinar o ser humano enfermo, para perceber o que o corpo está nos falando, o que não consegue ser expresso em palavras; bendita Homeopatia que nos ensina a transformar a doença que o paciente tem em um ser humano enfermo que necessita ser curado.

Por esta razão, nós homeopatas comemoramos o Novembro Verde, reforçando uma importante fala do médico Hahnemann: “ A única e mais elevada missão do médico é sarar as pessoas enfermas. O que se denomina curar” (Organon pg 1)

Luiz Wanderlei Romaniszen, médico diretor do departamento de Homeopatia da Associação Médica de Londrina (AML) e conselheiro da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) no Paraná

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