Mudar para permanecer: você está preparado?
Lair Ribeiro


Muitas pessoas sonham com uma verdadeira transformação em suas vidas, mas querem que seja assim: vapt-vupt e pronto, se tornam outras pessoas, mais confiantes, bem-sucedidas, prósperas e felizes! Na vida real isso não acontece. Por mais que sejam positivas e necessárias, mudanças costumam ser tão desgastantes que, mesmo querendo mudar, algumas pessoas relutam e tentam seguir sua vida do ''jeitinho'' de sempre. A respeito das mudanças, os mais conservadores ou medrosos diriam: ''É o mais sensato!'' ou ''Melhor não trocar o certo pelo duvidoso''. Sim, o processo causa medo em muita gente. Trata-se de um medo físico, pois exige uma adaptação do nosso sistema nervoso sair da ''zona de conforto'', buscando novos caminhos para conectar as áreas emocional e racional do cérebro.
As coisas nem sempre acontecem como planejamos. Chega um momento em que é fundamental sair da inércia e implementar mudanças, que não necessariamente precisam ser gigantescas nem imediatas, mas podem ser muito singelas. Porém, quando surge a insatisfação, as pessoas, em vez de cogitar da possibilidade de mudança, tendem a ocupar a posição de vítimas e culpam a tudo e a todos pelos seus sentimentos. Em vez de eleger culpados, reflita sobre as suas atitudes e escolhas perante a vida e avalie se suas decisões têm ido ao encontro de seus valores e propósito de vida. Mudar alguns padrões de comportamento, como a falta de amor-próprio, o sentimento de culpa e a baixa auto-estima, pode resultar em uma grande diferença, incitando o despertar de um novo ser.
Em geral, as pessoas têm uma reação muito previsível quando se deparam com a necessidade de mudança e costumam agir dentro de um ciclo conhecido como ''Ciclo do pesar'', que inclui: choque, negação, raiva, negociação, tristeza, aceitação e desempenho.
Vejamos como ele se desenvolve: A primeira reação frente à necessidade de mudança é a de um verdadeiro ''choque''. A pessoa fica anestesiada, sem conseguir aceitar que terá de mudar seus padrões, tão perfeitamente enraizados em seu modo de vida. Após o ''choque'' inicial, vem a fase de ''negação'', quando a pessoa tenta se convencer de que não precisa sucumbir à mudança e pode seguir sua vida exatamente como ela tem feito até o momento. Ao conscientizar-se de que a mudança é realmente necessária, a pessoa passa por um estágio de ''raiva'', pois ainda não conseguiu assimilar todos os aspectos da mudança nem aceita ter de abrir mão de seus padrões atuais. Em seguida, ela entra na fase de ''negociação'' e tenta barganhar a possibilidade de manter algumas coisas e aceitar outros aspectos da mudança. Ao se dar conta de que a mudança é inevitável e que precisará abandonar os padrões que estão bloqueando a sua produtividade, vem um sentimento de ''tristeza''. Por fim, superada a tristeza, chega a vez de contemplar um estado de plenitude e produtividade. É a fase de ''aceitação e desempenho'', em que, finalmente, a mudança é implementada e a pessoa se dá conta de como ter optado pela mudança poderá beneficiá-la... até a próxima mudança!
LAIR RIBEIRO é médico cardiologista e palestrante internacional em São Paulo (webpage: www.lairribeiro.com.br)

Combate à cyberpedofilia
Jean Ubiratan


O crescente interesse da mídia sobre o combate à pedofilia via internet e a recente apresentação do deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à embaixada americana de um documento que indica o Brasil no topo da lista de cyberpedófilos, fazem refletirmos sobre o assunto. Os dados apresentados nesse estudo são assustadores: mais de mil sites mensais são relacionados a este tipo de crime e 76% dos pedófilos do mundo estão no País. Isso demonstra, cada vez mais, que há uma necessidade iminente em divulgar meios de alertar os responsáveis sobre como impedir que algo do gênero possa acontecer simplesmente por omissão.
Uma das maiores vantagens dos atuais crimes virtuais é o anonimato. Para leigos no assunto é praticamente impossível identificar quem está do outro lado flertando com o seu filho. Isso faz com que a denúncia de casos referentes a este tema também sejam muito mais difíceis, muito em razão de não localizar quem o está fazendo.
Algumas dicas e cuidados ao navegar na internet garantem uma diversão segura e mais tranquila. Como primeira medida recomendada é o velho e bom ''puxão-de-orelha'', ou seja, assumir a responsabilidade com as crianças ou os jovens, que ainda não a conhecem. Outro fator importante é quanto à disposição física do computador, pois uma localização mais pública na casa ajuda, em muito, o controle.
Locais públicos responsáveis por prover acesso às pessoas como, por exemplo, em escolas ou uma lan-house, é essencial que nesses lugares existam regras para o bom uso da internet. Os pais também necessitam estar informados sobre as novas ferramentas de tecnologia que possibilitam auxiliar no controle de acesso à rede. Além dos já conhecidos antivírus, existem diversos outros sistemas que mantêm o controle do que está ocorrendo no computador enquanto estão acessando à web.
Saber por onde andam, com quem falam, os locais frequentados, o que fazem são as perguntas costumeiras realizadas pelos pais, porém esses mesmos questionamentos devem ser aplicados na ''vida digital'' dos filhos. Esses cuidados, com certeza, aumentam a percepção de segurança em relação aos filhos.
Infelizmente a realidade é forte e se não houver cuidados com os filhos, enquanto navegam na internet, alguém acabará os vigiando via esse meio. A dúvida é saber se as intenções dessa pessoa desconhecida são tão boas quanto às dos pais.
JEAN UBIRATAN é consultor de Segurança de TI em Porto Alegre