Nós somos o INESCO – Instituto de Estudos em Saúde Coletiva. Estamos há 34 anos pesquisando, estudando, ensinando e aprendendo, formando profissionais, capacitando trabalhadores e conselheiros de saúde, disseminando conhecimentos e contribuindo para uma nova consciência sanitária no País.

Não somos muitos. Algumas centenas, talvez alguns poucos milhares e não temos (nunca tivemos!) a pretensão de sermos os melhores. Mas continuamos sonhando e lutando por uma vida mais saudável para todos. Faça chuva ou faça sol, continuaremos atuantes.

Estamos há um ano vivendo/sofrendo uma nova epidemia, pois foi no dia 11 de março de 2020 que a OMS reconheceu e declarou que o mundo vivia a pandemia de um novo coronavírus, causador da Covid-19. Milhões adoeceram, milhares não resistiram e faleceram. Famílias vivem situações críticas. Crianças e jovens estão sendo vítimas da paralisação das atividades escolares.

Nesses últimos dias, ficamos ainda mais entristecidos com o agravamento da situação de saúde que atinge a todos, em especial os que são mais vulneráveis. Continuamos defendendo o SUS, os nossos colegas profissionais de saúde e os trabalhadores dos outros setores, como segurança, transporte, alimentação, que estão na linha de frente correndo riscos todos os dias.

Há algumas semanas, no primeiro dia do Ano Novo... que já está ficando velho, elevamos nossa voz em defesa da vacinação massiva da população. Depois, falamos sobre a importância do retorno das atividades escolares, com os cuidados e precauções recomendadas. O tempo passa e as ações precisam ser sensíveis às necessidades e consequências...

Na semana em que se registra um ano do reconhecimento pela OMS do estado de pandemia que vivemos, nos sentimos obrigados a fazer dois alertas: cuidado com o negacionismo e cuidado com o alarmismo!

Esses dois comportamentos são como duas faces de uma mesma moeda ruim, feita de mentiras, delírios, desatinos, que vem se infiltrando na sociedade e não ajudam no combate à epidemia. Além de distorcer informações, dissipam esforços, esvaziam iniciativas ou levam ao pânico. Enfim, dificultam as ações unitárias que precisamos realizar para preparar as condições para a rápida aplicação das vacinas tão logo elas estejam disponíveis.

Precisamos preservar o bom senso e fazer com que ele predomine entre as pessoas, ainda que alguns dirigentes e representantes teimem em atuar no sentido oposto. NÃO VENCERÃO! A sociedade brasileira é mais forte do que os inconsequentes. Se assim não fosse, não teríamos chegado até aqui!

Não repasse mensagens que não sejam as embasadas em informações oficiais e de fontes reconhecidas. Os quase-criminosos adeptos do negacionismo e do alarmismo se alimentam da ingenuidade e do açodamento de pessoas assustadas. Conosco não terão sucesso pois nossas esperanças se renovam diariamente. Faça também você parte dessa corrente: acesse diretamente e utilize as informações disponíveis de instituições confiáveis.

Marcio Almeida, médico, professor, pesquisador e presidente do INESCO.

(Os artigos, cartas e comentários publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina, que os reproduz em exercício da sua atividade jornalística e diante da liberdade de expressão que lhe são inerentes.)