A contemporaneidade é marcada por uma cultura muito pronunciada ao fato de a tecnologia e a inovação serem formas de responder às questões do mundo. Em entrevista ao Estadão em 2018, o ex-diretor do MIT Media Lab, Joi Ito, ressaltou que “mais do que inovar, o importante é fazer as perguntas certas”.

Tem-se hoje, inclusive, ferramentas que funcionam quase como uma busca por respostas. O buscador Google é provavelmente o exemplo mais famoso. Lançado em setembro de 1997 e, por meio dele, é possível fazer pesquisas sobre os mais variados assuntos. Crescendo juntamente com a popularização da internet para o grande público, a Google, empresa que dá nome ao buscador, é hoje uma das maiores empresas do mundo. De acordo com dados divulgados pelo Poder 360, a Google tem valor de mercado avaliado em US$ 1 trilhão.

No entanto, mesmo as respostas tecnológicas demandam mentes pensantes por trás. Afinal, o progresso inimaginável que se tem hoje foi pensado, em algum nível, por alguém. A começar pela eletricidade: Tomas Edison é frequentemente apontado como o grande responsável, mas Nikola Tesla foi uma figura elementar nessa descoberta que mudou o curso da humanidade – ele é descrito como “um homem que espalhou luz sobre a face da Terra”. Uma resposta de dedicação.

No campo da tecnologia, há destaques também em nosso país. Em 1945, a estudante Enedina Alves Marques se graduou em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná. Responsável por obras como o Colégio Estadual do Paraná e a Casa do Estudante Universitário de Curitiba, Enedina se tornou a quarta mulher (a primeira negra) engenheira do Brasil. Uma resposta de que você pode ser o que quiser.

Por vezes, a busca por respostas esbarra em conceitos e estruturas sociais que relevam grandes desafios rumo à evolução. Isso faz despontar nomes como Malala Yousafzai, uma jovem que ficou conhecida após um atentado sofrido no Paquistão e transformou o fato em uma luta contra o regime talibã. Por seus feitos em prol da defesa da educação igualitária para meninas e meninos, Malala foi a pessoa mais jovem do mundo a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Uma resposta de coragem.

Essa visão também marcou a jornada de outro vencedor do Nobel da Paz: Martin Luther King, que dedicou grandes esforços pela luta contra a segregação racional nos Estados Unidos. Tal visão tornou Luther King uma referência atemporal de conquista pelos direitos igualitários de comunidades negras ao redor do mundo. Uma resposta de igualdade.

A evolução chega, transforma e se esvai, revelando novas conquistas a serem realizadas. Esses nomes, assim como tantos outros, eram pessoas comuns, mas foi por meio de um propósito claro para uma causa genuína que eles se tornaram ícones. Grandes mudanças perduram pelo tempo e inspiram.

Essa sede por mudanças está por toda parte. Voltando para a atualidade: essa alta de dúvidas se reflete em estatística por meio do próprio Google. Estima-se que sejam feitas aproximadamente 5,5 bilhões de buscas por dia – 63 mil por segundo. Todavia, dado o fato de que a população mundial atingiu 7,5 bilhões de habitantes, há estatisticamente mais chances de obter-se soluções do que de ter dúvidas a serem solucionadas.

Em um mundo cheio de questões, todos devem buscar ser a resposta. Apesar de representarem áreas distintas, os exemplos citados acima compartilham o mesmo elemento de transformação: o conhecimento. E a maneira mais nobre de alcançar isso é por meio da educação, que solidifica e conduz todas as mudanças.

Wilson Matos Filho é vice-reitor da Universidade Cesumar (UniCesumar), presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná ,do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá e vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá.