Imagem ilustrativa da imagem ESPAÇO ABERTO - Reflexão em tempos de pandemia
| Foto: iStock

Vivemos numa época onde a socialização e o conviver com o outro foi tirado de nós devido à pandemia da Covid-19. Muitas pessoas ficaram presas em suas próprias casas, sem poderem sair, reunir-se socialmente em família ou num grupo de amigos. Crianças em suas casas sem poderem ir às escolas devido ao risco de se contaminar e também adoecer seus parentes. Pessoas morrendo, famílias enlutadas e com medo.

Percebemos, então, que muitos profissionais de diversas áreas do conhecimento têm se sobrecarregado devido à grande demanda de atendimento. Como exemplo, podemos citar a educação, a segurança e a saúde, pois infelizmente chegaram num nível de quase colapso não somente no Brasil, mas em todo o mundo.

Na área da saúde, os profissionais, tais como os médicos e enfermeiros, têm se sobrecarregado de tanto trabalho na linha de frente, tendo que trabalhar exaustivamente para salvar vidas. A saúde, aos poucos, tenta se adequar à grande demanda de atendimentos, com pessoas doentes, apresentando muitos sintomas e tendo também um alto número de internamentos.

Professores trabalharam sobrecarregados on-line, tendo que dar conta à alta demanda de alunos reclusos em suas próprias casas, onde o aprender é necessário a todos os alunos e o ensinar é primordial a todos os professores. Pais de família perderam seus empregos, não tendo assim como levar o pão de cada para sua família. Empresários sofrendo vendo suas empresas de portas fechadas e até fechando às portas e demitindo seus funcionários.

Diante de toda esta situação, percebemos também que o mercado informal aumentou muito, ou seja, o comércio nas ruas. Contudo, diante de tudo isso, o que vemos são discussões políticas descabidas, onde o bem comum é esquecido, que é a salvação de vidas. Assistimos e presenciamos tantas mortes que parece não ter fim. Hoje estamos vivos, amanhã já não sabemos se estaremos.

Políticas públicas precisam ser realizadas favorecendo a um maior número de pessoas que foram atingidas com a Covid-19. A pandemia evidenciou e mostrou muitas lacunas e desigualdades nos sistemas de saúde, deixando claro a importância de se investir em trabalhadores mais capacitados, por meio de cursos de capacitação gratuitos de reciclagem e de formação, bem como na infraestrutura do setor da saúde (hospitais, postos de saúde, medicamentos, insumos hospitalares, entre outros), favorecendo a prevenção, detectando também os possíveis surtos da doença.

Isso nos mostra que investimentos são necessários para fortalecer o sistema de saúde e a força de trabalho. Dessa maneira podemos evitar futuras crises em escala global como a que estamos enfrentando agora. É importante a consciência de que investir em saúde é salvar vidas. E não somente na área da saúde, mas também na educação, segurança, entre outras essenciais à vida do ser humano.

O que precisamos fazer é nos unir, fazer a chamada “a união faz a força”, deixar as brigas e os desentendimentos políticos, deixar as discussões de lado, e nos preocupar um pouco mais com o outro, ter empatia pelas pessoas. Salvar vidas deve ser o foco de todos. Podemos sim fazer a nossa parte, ter mais responsabilidades com o próximo, esquecer um pouco de nós mesmos e ter mais amor às pessoas, servir mais, amar mais.

Precisamos despertar como seres humanos conscientes e racionais, onde temos a capacidade de realizar grandes coisas, basta apenas termos boa vontade e vontade de fazer a diferença. Onde o eu passa a não ser mais importante, as posses e o poder não são mais necessários, e sim as pessoas. Façamos a diferença e, com certeza, sairemos deste momento difícil. Nunca devemos nos esquecer que juntos contribuiremos para um mundo melhor, para uma sociedade mais humana.

Álvaro José Gonçalves Neto é pedagogo e professor de Educação Física da Rede Municipal de Londrina