Tudo queimou, tudo secou e tudo se acabou.

Nao foi só a Covid-19 que destruiu vidas humanas em 2020, a destruição de 4 milhões de hectares do bioma do Pantanal ficaram para a história de todos aqueles que defendem a natureza e a vida.

Nem mesmo o célebre pensamento do chefe da Tribo Sioux nos USA, quando tiveram que transferir suas terras para o governo sob a ameaça da Cavalaria Americana, seu chefe falou que no dia em que os brancos derrubarem a última árvore, contaminarem sua biodiversidade, poluírem seus rios e matarem seus últimos peixes irão descobrir que não poderão se alimentar de dólares e, nós aqui, de reais.

Aqui em pleno século XXI, não foi diferente, a prova das atrocidades contra a indefesa biodiversidade, seus rios mortos em função das cinzas, nada sobrou, nem alimentos para a fauna nem a flora.

Tudo começou na suposta regeneração das pastagens, depois vieram os incêndios criminosos, que permaneceram por 90 dias até os dois estados do Mato Grosso declararem estado de emergência e a tragedia continuou até 120 dias para declararem estado de calamidade pública, para que o inoperante governo federal liberasse as minguadas verbas, tarde demais, tudo queimou, tudo secou, tudo se acabou.

Nossas crianças, que antes conheciam os animais do bioma, agora não mais poderão vê-los em seu habitat natural.

Esse é o trágico legado do ano de 2020, a destruição da fauna, flora e a biodiversidade, tudo isso provocada pelos seres humanos.

Com tristeza pela biodiversidade e as gerações futuras.

Se preparem para 2021, com a escassez de água nos reservatórios, como a lei da causa e efeito.

José Pedro Naisser, ecologista, Curitiba.